Entidades exigem libertação imediata dos operários

Lutar não é crimeNão podemos aceitar que todas as vezes que os operários se mobilizem por melhores condições de trabalho e de salários, ao final, só sobre pra eles. Isso é criminalização do movimento. É prisão, é demissão, é tropa da Polícia Militar, da Força Nacional de Segurança, é câmera por tudo que é lado, é segurança privada. Chega! Essa é uma questão trabalhista, estamos ao lado da luta desses companheiros e exigimos sua imediata libertação.

O que se vê é regime de semi-escravidão nos Canteiros de Belo Monte. A Falta de segurança que os operários estão submetidos já causou diversas mortes na obra modelo do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Os trabalhadores de Belo Monte não são vândalos, só estão lutando por seus direitos. São seres humanos corajosos que, mesmo com a traição e a falta de democracia de sua entidade sindical, foram capazes de se organizar para lutar, enfrentar as grandes empreiteiras e paralisar um monstro que está acabando com suas vidas.

O que se pode ver é a tentativa do CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte) de criminalizar as lutas sociais. Exigimos do governo Dilma que intervenha e assuma sua responsabilidade diante do caos que se impõe à vida dos trabalhadores nessas grandes obras. Não há provas contra eles, portanto trata-se de presos políticos e isso nós não podemos aceitar!

Belo Monte: Para o CCBM, é R$ 22,5 Bilhões do dinheiro público. Para os trabalhadores, prisões e demissões. Basta!
Em todos os noticiários deu-se destaque a “grande” notícia: “BNDES libera 22,5 bilhões em financiamento para construção de Belo Monte”. Vejam que isso é o equivalente a 132 anos de todo o orçamento da cidade de Altamira, um absurdo! O pior é ver a Dilma liberar toda essa farra com o dinheiro público exatamente depois do CCBM mandar prender e demitir operários.

Não há como não indignar-se. Estamos falando de dinheiro público liberado para a iniciativa privada enquanto, só em nossa região, existem 2,65 milhões de pessoas em situação de miséria. Trata-se de um total desprezo dos Governos de Dilma e de Jatene para com as causas dos mais pobres, dos ribeirinhos, dos pescadores, dos povos nativos e dos trabalhadores em geral.

Como se tudo isso não bastasse, a cidade está privatizada e militarizada. Pelas ruas do centro e em torno das obras, convivemos com a presença ostensiva de inúmeros veículos conduzindo homens armados, seja da segurança pública ou privada. Para reprimir os trabalhadores até o Exército tem sido usado em treinamentos em Belo Monte. Enquanto isso, o CCBM compra carros para bombeiros, auxilia a polícia e a Norte Energia patrocina um encontro nacional de magistrados em Belém. Lutemos contra tudo isso!

Liberdade imediata aos operários presos.
Não à criminalização dos movimentos social, justiça já!

Altamira, 10 de dezembro de 2012.

CSP CONLUTAS – Central Sindical e Popular

MXVPS – Movimento Xingu Vivo Para Sempre

SDDH – Sociedade em Defesa dos Direitos Humanos

SINTICMA – Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira de Altamira

OTL – Oficina Território Livre

CIMI – Conselho Indigenista Missionário

SINTEPP – Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará

SINTSEP – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal do Estado do Pará

Movimento Negro Altamira

PSTU – Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado