Boneco levado pelos manifestantes

Eleição indireta ocorre nesta quarta, dia 17, em Brasília, e acoberta acordo após a prisão de ArrudaDepois da prisão e cassação do governador José Roberto Arruda (DEM) e a renúncia de seu vice Paulo Octávio (DEM), a câmara forjou uma proposta de encerramento da crise política e “restabelecimento da ordem”. A proposta é que os novos ocupantes das cadeiras do governo sejam escolhidos de forma antidemocrática através de eleições indiretas, organizada pela mesma câmara que antes foi conhecida pelas denúncias de corrupção envolvendo 12 deputados de um total de 24, e que assou uma grande pizza abrindo processos de punição para, somente, três envolvidos. A impunidade se deu fruto de um grande acordão entre os partidos envolvidos e foi comandada pela comissão de ética da câmara legislativa, presidida pela deputada Érika Kokay (PT).

Nesta última quarta-feira (07/04) o movimento Fora Arruda e toda a Máfia e os grupos políticos que o compõem organizaram o lançamento da candidatura dos bonecos Tony Panetone e Bezerra de Ouro para os cargos de governador e vice-governador do DF, respectivamente. Tony é um panetone de papelão que carrega dinheiro na cueca e nas meias. Bezerra é uma vaca dourada com cifrões espalhados pelo corpo. Tony Panetone faz alusão ao dinheiro recebido por Arruda no esquema do mensalão. À época, o ex-governador declarou que o dinheiro seria utilizado para doação de panetones.

Já o Bezerra Dourada critica o valor superfaturado de uma bezerra que o então senador do PMDB Joaquim Roriz teria pago, após um empréstimo de origem suspeita de R$ 2,2 milhões. Desse valor, R$ 300 mil seriam para o pagamento pela bezerra. O ato nada mais é que uma resposta à farsa dessas eleições. O movimento que ocupou a Câmara Legislativa foi duramente reprimido em ato no palácio do governo e teve a vitória do movimento concretizada na lutas, hoje diz que não pode aceitar que essa câmara corrupta escolha quem irá governar até o final do ano.

O ato contou com o grande ar da ironia, mas que na verdade é o que há de mais sério diante do plano absurdo de retirada, das mãos dos trabalhadores e trabalhadoras do DF, o direito de escolher os seus governantes.

Apenas começamos e a luta continua!
O ato, diz o movimento, é o primeiro de outros que virão em combate às eleições indiretas e às tentativas de fechar essa crise com o grande manto da impunidade, como já vimos acontecer outras vezes no cenário político brasileiro. O movimento promete voltar às ruas com um calendário que se estenderá para a próxima semana e culminará em um grande ato contra as eleições indiretas no próximo dia 17/04, data marcada para se realizar, na câmara legislativa, a eleição indireta.

A Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL) participou desse ato, assim como de todos os anteriores, desde a explosão dos escândalos. Militantes da entidade declaram a importância de, nesse momento, os lutadores e as lutadoras do DF se levantarem para dizer não às eleições indiretas e defenderem que os rumos do governo sejam decididos pelos trabalhadores e trabalhadoras de forma mais democrática. É preciso que o movimento siga em frente até que todos os escândalos sejam investigados e todos os envolvidos sejam punidos, além de a política implantada pelo antigo governo, derrubado pelas mobilizações, seja questionada de fundo, pois é chagada a hora da classe trabalhadora pensar na construção de um governo feito por trabalhadores e para trabalhadores, coisa que já está mais que comprovada que nesse sistema não é possível. Esse não é o primeiro mensalão na história da política brasileira e os trabalhadores e a juventude devem se mobilizar para combater a corrupção. Nem o mensalão do PT, nem o mensalão do DEM. A luta deve continuar e vamos contra às eleições indiretas!

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