Wladimir Souza

Brasília foi sacudida, no dia 25 de novembro, por dois atos contra o governo Lula.

Um deles foi a marcha contra as reformas Sindical e Trabalhista, convocada pelo Andes-SN, pela Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) e diversas outras entidades que, com cerca de quinze mil pessoas, paralisou a Esplanada dos Ministérios.

A segunda marcha foi a do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), com nove mil pessoas, finalizando a Conferência de Terra e Água. Terminou em frente ao Banco Central (BC). Ela não estava programada pela direção do MST para ser contra o governo, mas somente contra o ministro Palocci e a política econômica. Por este motivo, a direção do MST recusou a se unificar com a outra marcha. No entanto, a realidade acabou se impondo, e esta marcha teve um conteúdo de uma ação contra o governo.

O dia 25 ficou marcado como a terceira grande mani-festação contra o governo. Em 2003, tivemos uma mobili-zação de cinqüenta mil pessoas na greve do funcionalismo federal contra a reforma da Previdência. Em 16 de junho deste ano, a Conlutas colocou 20 mil manifestantes em Brasília, também contra as reformas Sindical, Trabalhista e Universitária.

O ano está terminando com o signo das mobilizações de rua, apontando a perspectiva de um 2005 de lutas.

Os setores na marcha

A marcha contra as reformas foi uma vitória, e unificou distintos setores, com pesos distintos no evento.

A maior coluna era formada pela Conlutas e pela Conlute (Coordenação de Luta dos Estudantes), que todos reconheciam, representava metade da marcha. Com muitos militantes, o PSTU foi um destaque em toda a marcha, pelo tamanho, pelas palavras-de-ordem contra o governo, a CUT e a UNE e pelo colorido dos bonecos gigantes de Olinda, das faixas e dos cartazes. A coluna era composta por setores sindicais de todo o país e pela juventude, maioria nesta coluna, com companheiros da UnB, da Unicamp, da UFRJ e de outras universidades.

A esquerda da CUT e do PT era a segunda força da marcha, mas tinha muito menos animação. Não levavam bandeiras do PT e nem da CUT, e assim desapareciam visual e politicamente na marcha.

O P-SOL estava representado pela primeira vez em marchas deste tipo, com faixas e bandeiras, agrupando também uma coluna do Movimento Terra e Liberdade (MTL).

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