``FotoCom mais de 1000 participantes, ocorreu no dia 24 o seminário “A guerra imperialista e a crise econômica mundial”, na PUC-RS (prédio 80, sala 1). Promovido pela revista Marxismo Vivo, dentro do ciclo “Um mundo socialista é possível” no III Fórum Social Mundial. O debate contou com os seguintes expositores: Angel Luís Cabezas (PRT-IR – Espanha), Hector Reyes (International Socialist Organization – EUA), Álvaro Bianchi (Conselho Editorial da Revista Outubro) e João Ricardo (direção do PSTU). Coordenou a mesa José Maria de Almeida, ex-candidato a presidente da República pelo PSTU.

Os expositores analisaram a relação entre a crise do capitalismo e a nova agressão militar do imperialismo sobre o Iraque. A atual conjuntura internacional, para Bianchi, decorre de uma crise do capital que se desenvolve desde a década de 1970. O colapso da União Soviética teria marcado a atual política externa norte-americana. A partir desse período e ao longo da década de 1990 seguiria como determinação política o desenvolvimento da atual doutrina belicista de Bush.

``FotoAs manifestações contra a guerra foram ressaltadas. Reyes relata como atualmente os trabalhadores norte-americanos “lutam contra o imperialismo no olho da besta”. Afirmou que as mobilizações contra a guerra intensificam-se. Manifestações em Washington, Nova York, Chicago e outras cidades, atingindo mais de um milhão de pessoas, demonstram o descontentamento da população com a política belicista norte-americana. De acordo com ele, os desdobramentos da política belicista apresentam-se sob a forma da piora das condições de vida da população norte-americana: saúde, educação, desemprego, entre outros efeitos sociais.

Segundo Cabezas, a luta contra o capitalismo se traduz atualmente no combate à guerra. A ofensiva do imperialismo desdobra-se na busca do domínio das áreas petrolíferas estratégicas do planeta e do controle político-militar sobre o Oriente Médio. Cabezas destacou ainda que a ONU atua como quinta coluna do imperialismo ianque, na medida em que se esforça para garantir a justificativa para a invasão do Iraque. Fazendo eco à acusação de que este país, arrasado pela guerra do golfo e após mais 10 anos de bloqueio econômico, possuiria condições de fabricar armas de destruição em massa. Quando na verdade são os próprios Estados Unidos que mantém, na prática, o monopólio mundial deste tipo de armamento.

Nas intervenções realizadas pelo plenário apresentaram-se as seguintes exigências e propostas: retirada imediata das tropas norte-americanas do território iraquiano; que todas as entidades sindicais e demais organizações dos trabalhadores enviem mensagens ao presidente Bush manifestando-se contra a guerra; e que o III Fórum Social Mundial posicione-se contrário à esta política de extermínio do imperialismo sobre os povos. Foi destacada também a mobilização mundial que ocorrerá em 15 de fevereiro como Dia Internacional de Luta contra a Guerra.