No dia 11 de outubro, intensos protestos pararam a capital da Paraíba. Logo pela manhã, cerca de 600 estudantes foram ao local onde reunia-se o conselho tarifário da cidade, para pressionar os empresários e a prefeitura a não aumentar as passagens de ônibus, de R$ 1,30 para R$ 1,50. Os estudantes, depois de muito tumulto, ocuparam o prédio da Secretaria de Transportes. Ao mesmo tempo, cerca de 500 estudantes bloquearam a principal avenida da cidade, a Epitácio Pessoa, diante de um enorme aparato policial. Ao final da reunião, onde foi decidido o aumento para R$ 1,50, os estudantes foram para a frente da prefeitura, pulando a catraca dos ônibus no caminho.

Na prefeitura, houve uma forte adesão da população, que, impossibilitada de pegar ônibus, se somou à manifestação que já reunia cerca de mil pessoas. Por volta das 15h, mesmo muito cansados e com fome, os manifestantes queimaram uma pilha de pneus próximo ao terminal de integração.

O ato foi organizado pelo CEL (Comitê Estudantil de Luta), formado pela Conlute, DCE-UFPB, grêmios do do Liceu, do Sesqui e do CEFET e pelos CA´s de História, Serviço Social, Letras, Química e Medicina da UFPB. O comitê, após muita pressão, subiu com uma comissão para exigir da prefeitura que não homologasse o aumento. De forma cínica, o chefe de gabinete do prefeito “socialista” do PSB, Bira, disse aos estudantes que desconhecia a proposta de aumento das passagens. Inconformados, os estudantes jogaram tomates na prefeitura, que só não foi ocupada, devido aos infiltrados que o prefeito colocou no movimento.

O movimento contra o mensalão e aumento no busão foi muito vitorioso, terminando no local mais movimentado da cidade, a lagoa. Com muito entusiasmo e indignação, os estudantes cantavam e a população vibrava com o movimento. A luta contra o aumento não pára por aqui e, com a mobilização, os estudantes estão construindo novas ferramentas, o CEL e a Conlute.