Em frente à Fiesp, manifestantes disseram não às demissões e à redução de salários e direitos
Diego Cruz

Sindicato dos Metalúrgicos e Conlutas deixam claro que não aceitarão acordos de flexibilizaçãoA Avenida Paulista foi palco nesta quinta-feira, dia 12, de uma grande manifestação organizada pela Central Sindical Conlutas contra as demissões e propostas de redução de salários e direitos.

A manifestação reuniu cerca de 1.500 pessoas em frente à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), principal centro empresarial do país e grande articuladora das propostas para redução de direitos.

A Conlutas alertou a sociedade para os prejuízos que a flexibilização de direitos traz à classe trabalhadora e deixou claro que não aceitará acordos neste sentido.

“Temos de rechaçar essa proposta indecente dos empresários que lucraram muito no último período, estão recebendo dinheiro público do governo e ainda assim querem jogar a crise sobre os trabalhadores, com demissões e redução de direitos”, disse José Maria de Almeida, da coordenação nacional da Conlutas.

O ato teve início com uma passeata que percorreu a Avenida Paulista, entre o Masp e a a Fiesp. Os manifestantes carregaram bandeiras, faixas e cartazes para exigir estabilidade no emprego e dizer não às demissões e à ofensiva dos empresários de reduzir salários e direitos.

Este foi um ato unificado organizado pela Conlutas e pelos Sindicatos dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Campinas, Limeira e Santos e Intersindical. Entidades sindicais de outras regiões e movimentos sociais, PSTU e PSOL também participaram.

Um grande boneco representou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, com uma “foice da morte” em referência às demissões que vem ocorrendo no país. Outro bonecão representou um metalúrgico da GM, montadora que demitiu 802 trabalhadores em São José dos Campos, no mês de janeiro.

“Hoje estamos dando um recado claro para os empresários de que não vamos aceitar estes ataques e que estamos apenas começando a nossa luta em defesa dos empregos, salários e direitos. Os trabalhadores não vão pagar pela crise. Os ricos que paguem”, disse Luiz Carlos Prates, o Mancha, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos e integrante da Conlutas.

Além do repúdio à proposta patronal e da exigência pelo fim das demissões, os manifestantes reivindicaram que o governo Lula assine uma Medida Provisória determinando a estabilidade no emprego para todos os trabalhadores por, pelo menos, dois anos.

“Não concordamos que o governo dê dinheiro para patrão e o que é pior, para fazer demissão. O presidente Lula tem de defender os trabalhadores, empregos e direitos”, disse Mancha.

Nos últimos dias, em todo o país, milhares de trabalhadores têm se mobilizado contra as demissões e redução de salários.

O próximo passo da luta em defesa do emprego e dos direitos será um grande dia nacional de luta que também está sendo organizado pela Conlutas, com paralisações e protestos em todo o país, no próximo dia 1º de abril.