Polícia espancou e prendeu estudantes em Criciúma
Suzane Waschineweski

Na manhã do dia 16 de agosto, os estudantes da maior escola da rede pública estadual de Santa Catarina, o “Colegião”, realizaram um ato de protesto ao aumento da tarifa do transporte coletivo, em Criciúma. A passagem, que custava R$ 1,85, subiu para R$ 1,94. A cidade está no topo do ranking dos municípios com a tarifa mais cara do país por quilômetro rodado.

Cerca de 800 estudantes se concentraram na principal avenida da cidade, bloqueando por 30 minutos o trânsito. Eles seguiram em marcha até o terminal central, onde ocorreram os protestos.

No decorrer das manifestações a Polícia Militar foi chamada e reprimiu violentamente os estudantes, prendendo um ativista do movimento sindical que estava presente. A repressão, porém, não pôs fim às mobilizações. O episódio teve repercussão na mídia estadual, e estudantes de outras escolas estão aderindo à luta.

Suzane WaschineweskiNo dia seguinte, 17, ao meio-dia, os estudantes pularam as catracas do terminal central. A repressão da PM foi ainda maior que no dia anterior. A polícia apontou armas para os estudantes e prendeu três manifestantes. Um quarto estudante foi espancado e levado para o Hospital Central com várias lesões e uma fratura.

O Ministério Publico, a Prefeitura e a ACTU – empresa de transporte – aumentaram a tarifa com base num acordo político. Está sendo feita uma análise de cálculos sobre o faturamento da empresa. Os técnicos contratados não conseguiram responder a algumas questões, como o superfaturamento dos salários dos ficais. Enquanto o estudo não estivesse concluído, a tarifa não poderia ser reajustada.

O movimento estudantil está nas ruas e as mobilizações não vão parar.