Leia, abaixo, entrevista com Luís Carlos Prates, o Mancha, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.Qual é a sua avaliação sobre as manifestações do dia 23?
Luiz Carlos Prates, o Mancha –
As mobilizações ocorridas no dia 23 de maio mostraram uma grande disposição de luta da classe trabalhadora, dos estudantes, sem-terra, sem-teto e aposentados. Foi importante a unificação de diversos movimentos contra as reformas neoliberais do governo Lula, especialmente contra a reforma da Previdência e em defesa da aposentadoria. Podemos avaliar esse dia de protesto como uma das maiores manifestações dos trabalhadores, pelo menos, nos últimos dez anos. Com certeza, esse dia de luta pode vir a se transformar no início de uma grande onda de lutas de Norte a Sul do país.

E quais devem ser os próximos passos dessa luta?
Mancha
– É fundamental unificarmos e nos solidarizarmos com as lutas atuais, num movimento que vai fazer crescer a resistência contra os ataques do governo. É preciso, desde já, organizarmos a preparação de uma grande marcha dos trabalhadores à Brasília, para exigir do governo Lula o imediato atendimento de nossas reivindicações.

Como foi a atuação da CUT neste dia 23?
Mancha
– A CUT tentou limitar as mobilizações apenas contra a Emenda 3, ignorando o ataque que representam as reformas do governo Lula. Felizmente, a CUT não conseguiu alcançar o seu objetivo, pois a luta contras as reformas foi encampada pelos trabalhadores e teve até certa penetração nos grandes veículos de comunicação. A Conlutas deve chamar a CUT a romper com o governo Lula e organizar efetivamente a luta contra as reformas.