O Movimento de Base de professores, no dia 27 de abril foi novamente às ruas de Manaus para exigir também que a diretoria do sindicato chame assembléia geral, para a categoria formalizar sua posição, pela legitimidade sindical em relação ao PCCS – Plano de Carreira, Cargos e Subsídio, já que a diretoria do SINTEAM (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas), do PCdoB, partido da base do prefeito Serafim Correa (PSB) e do governo estadual de Eduardo Braga (PMDB) vem defendendo o Plano por meio da imprensa e em escolas, sem ter discutido com a categoria em nenhuma instância democrática do movimento. Diz a diretoria que “o PCCS irá beneficiar aos professores”.

O que eles não dizem é que este Plano ataca o direito à estabilidade, mexe nos ganhos e fere diretamente as gratificações, ataca a organização sindical, a Previdência dos servidores e, ainda, quer separar técnicos e administrativos da categoria do magistério, com o simples objetivo, como já fez com o sistema de vigilância, terceirizar os serviços de secretaria, cantina e limpeza da escola.

Há dois meses o prefeito Serafim, do partido da base aliada do governo Lula, com o objetivo de aplicar a política neoliberal de retirada de direitos dos trabalhadores, vem tentando aprovar na Câmara Municipal de Manaus o seu PCCS, na qual conta com 27 vereadores da sua base aliada. Os professores de base não têm nenhuma ilusão de que serão massacrados no voto na Câmara Municipal dos picaretas, por isso, entendem que a retirada do plano está nas ações de rua e na greve, com indicativo para o dia 3 de maio, contra a votação e aprovação do plano, de acordo com o que ficou deliberado na Assembléia de base após a manifestação. O ato ocorreu em frente ao sindicato, após concentração na histórica Praça do Congresso. As várias intervenções dos professores uniram-se sob a exigência de que a diretoria, denominada de “cardume de traíras” deve marcar a assembléia geral.

Professores são agredidos pela diretoria do PCdoB e CSC

A diretoria do sindicato dos professores exibe sua face violenta, além da sua especialidade pelega. Em manifestação em frente ao sindicato, professores se revesavam exigindo a marcação de uma assembléia geral da categoria, e indignados com a diretoria que usou capangas para agredir professores, inclusive, o Edilon, ex-presidente da CUT estadual, que iniciou a agressão contra um professor. A força da violência da gang da diretoria do SINTEAM do PCdoB e de sua corrente sidical, a CSC, não poupou nem as professoras.

Chamamos a todos os ativistas e entidades sindicais, movimentos sociais, a repudiarem a violência da direção do SINTEAM. Trata-se de um ataque à livre manifestação dos trabalhadores. O PCdoB vem se prestando a fazer o trabalho sujo da burguesia para facilitar a passagem da política neoliberal.

Esta violência se explica porque a diretoria PCdoB/CSC perdeu completamente o controle político sobre a base da categoria. Os professores iniciaram um rompimento com essa direção na greve de 2005. Quando as assembléias de greve de 10 mil professores não obedeciam aos encaminhamentos da direção, que abandonou a greve, além de ir à imprensa, fazendo coro com o então governador Eduardo Braga, atacar a base da categoria ainda em greve. Esse processo não está terminado. Ele é parte do processo de ruptura também com a CUT, central pelega, que tem ajudado a golpear o movimento da educação nestes últimos anos no Amazonas.

A violência governista não foi suficiente para desanimar os professores que continuaram a manifestação. Com palavras de ordens como: “Oh Serafim, eu não me engano, retira este plano”, “o professor na rua a luta continua”, cerca de 500 professores ganharam as ruas Getúlio Vargas, Sete de Setembro e Eduardo Ribeiro. Por onde a manifestação passou recebeu apoio de estudantes, motoristas e da população que passava. Ao retornarem a Praça do Congresso, determinados sob forte chuva, decidiram que no dia 3, quando está marcada a votação do plano, a luta vai continuar no paço da Câmara Municipal a partir das 8 horas, e estão dispostos a impedir a votação do plano.