Não são só as malas e cuecas petistas que estão recheadas de dinheiro roubado. No dia 11 de julho, a Polícia Federal apreendeu sete malas de dinheiro, com mais de R$ 10 milhões, com o deputado federal João Batista Ramos (PFL-SP). O deputado, que também é bispo da Igreja Universal, se preparava para embarcar para São Paulo. João Batista estava acompanhado de outras seis pessoas. A quantidade de dinheiro era tão alta, que a polícia precisou pedir cinco máquinas para a contagem.

Segundo a explicação dada pelo deputado, o dinheiro é fruto do dízimo recolhido dos fiéis da igreja e seria levado para a sede da Universal em São Paulo. Parece piada, mas o único documento apresentado para justificar a origem do dinheiro foi uma declaração da igreja, assinada pelo próprio deputado, que é o presidente da instituição. A declaração diz que o dinheiro é fruto das contribuições do dízimo, mas não especifica sequer o valor transportado.

O caso será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, que poderá instaurar inquérito para investigar lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, crime contra a ordem tributária e contra o sistema financeiro. No PFL, muito querem pedir que o deputado se licencie do partido durante as investigações, para tentar desvincular a image do partido do caso do mensalão.

Com a apreensão dessas novas malas de dinheiro, fica claro que os partidos de direita que apontam o dedo acusatório para o PT estão tão sujos quanto os petistas nessa história. Mais uma vez, os fatos demonstram que, nesse Congresso, estão os sujos falando dos mal-lavados e que não dá para confiar em investigações feitas por eles mesmos. Ao blindar o presidente Lula e tentar evitar o aprofundamento da crise política, já que esta poderia atingir todos os partidos da burguesia.