Lucas, encontrado morto dia 18 de novembro
Arquivo pessoal

É com muita tristeza e indignação que o PSTU soube da morte do militante do Movimento Gay Lucas Cardoso Fortuna, morto na manhã do dia 18 de novembro. Seu corpo foi encontrado na praia de Santo Agostinho, em Pernambuco, trajando apenas cueca, portando celular e carteira, e com sinais de espancamento. Todos os indícios apontam para mais um crime de motivação homofóbica.

Lucas foi ativista do movimento estudantil, com participação importante na Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social, e atualmente era presidente do PT de Santo Antônio dos Goiás, sua cidade natal. Mas a marca de sua trajetória foi, sem dúvida, a defesa da causa LGBT, pela qual organizou diversas paradas gay em Goiânia e ajudou a fundar o Grupo Colcha de Retalhos, na Universidade Federal de Goiás.

Esse crime cruel traz mais uma vez à tona o debate sobre a homofobia no Brasil. Vivemos no país campeão em assassinatos de homossexuais. Em 2011, foram 266 mortes, contra 260 em 2010. Nos últimos seis anos houve um aumento de 118% na ocorrência desse tipo de crime. A epidemia do ódio continua crescendo, enquanto Lucas se soma agora a milhares de pessoas que são todos os dias vítimas de algum tipo de violência motivada por preconceito à diversidade sexual.

Infelizmente, o debate sobre aquele que poderia ser um instrumento para intimidar crimes assim, o PLC 122, tem avançado pouco por aqui. A criminalização da homofobia seria um passo importante para frear o preconceito que alimenta crimes bárbaros como esse. Mas predomina, ainda hoje, o conservadorismo e a pressão de setores religiosos reacionários. Enquanto o governo cede a essas pressões, jovens como Lucas continuam tendo suas vidas interrompidas por quem pratica o ódio impunemente.

Mas a morte de Lucas não pode ser em vão. Ela nos dará mais forças para exigir a aprovação do PLC 122 e para lutar, todos os dias, por uma sociedade socialista onde todos e todas possam exercer livremente sua orientação sexual, sem qualquer tipo de opressão. Seja nas praias de Pernambuco, nas avenidas de São Paulo, ou em qualquer lugar no país, esses crimes serão lembrados e farão nossa luta ainda mais forte!

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