Destacado dirigente sindical da Toyota é morto engrossando a lista de sindicalistas assassinados sob o governo ChávezO secretário de organização do Sindicato de Trabalhadores da Toyota (Sintratoyota), Argenis José Vásquez Marcano, 33 anos, foi assassinado na manhã do dia 4 no estacionamento do edifício em que residia na cidade de Cumaná, no Estado venezuelano de Sucre, 450 quilômetros a Leste de Caracas.

Quando souberam do assassinato, trabalhadores da planta da Toyota realizaram uma ação de protesto ocupando a fábrica. Na ação os trabalhadores incendiaram veículos e tomaram de assalto o escritório de recursos humanos da empresa, onde agrediram o gerente de recursos humanos, Carlos Castillo, suspeito de envolvimento com o crime.

Argenis trabalhava na Toyota de Cumaná há seis anos. No ano passado foi eleito secretário de organização de Sintratoyoto e teve um papel destacado na defesa dos direitos dos trabalhadores. O sindicalista era parte de uma nova camada de dirigentes sindicais classistas provenientes do setor automotriz e esteve à de uma ocupação da empresa, ocorrida em março.

Confira ao lado a declaração da Unidade Socialista dos Trabalhadores (UST) sobre o episódio:

Declaração da UST

Na manhã de hoje o dirigente do sindicato de trabalhadores da Toyota, Argenis Vásquez, foi assassinado por dois disparos na cabeça quando saia de sua casa. Os dispa partiram de um automóvel que rondava nas proximidades da residência.

Embora não existam mais detalhes sobre o crime, as suspeitas pairam sobre o gerente da montadora, Carlos Castillo, que tinha interposto uma denúncia na Promotoria contra o sindicalista assassinado. A denúncia era em razão de um conflito trabalhista que ocorreu na empresa no mês de fevereiro, por melhores condições de trabalho e por dívidas trabalhistas.

Ainda estão frescas as notícias do assassinato de três dirigentes sindicais no estado Aragua; a morte de dois trabalhadores da Mitsubishi no estado Anzoátegui, além das dezenas de dirigentes camponeses assassinados durante o governo bolivariano de Hugo Chávez. Todos esses fatos, porém, não resultaram em nenhuma punição exemplar para seus autores e mandantes.

Em meio a esta impunidade reinante, um novo golpe atinge o movimento operário e camponês quando outro dirigente sindical cai vítima de pistoleiros. O colega Argenis foi eleito de forma democrática e transparente para o sindicato da Toyota, além de liderar o último conflito trabalhista na automotriz, produzido por anos de não cumprimento por parte da empresa das leis trabalhistas.

A Unidade Socialista dos Trabalhadores (UST) faz um chamado a todos os dirigentes sindicais e ao movimento operário classista, autônomo, democrático e combativo, para cerrarmos fileiras contra este abominável ataque, exigindo o esclarecimento imediato do assassinato, com a prisão e julgamento dos autores materiais e intelectuais.

Nos somamos as ações realizadas pelos trabalhadores da Toyota que repudiaram mais este ataque ao movimento operário.

A classe operária venezuelana passa por momentos muito difíceis, suportando o peso de uma crise econômica que não criou. Quando responde com protestos é chamada de contra-revolucionária, ameaçada penalmente e agora paga até com sua vida por não se deixar explorar pelos velhos e novos burgueses.

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