Na segunda-feira, 22 de março, o companheiro Epitácio Gomes da Silva foi brutalmente assassinado. Agricultor na cidade de Tailândia, no estado do Pará, tinha 58 anos e há muitos anos participava da luta pela reforma agrária neste Estado.

Epitácio foi assassinado com dois tiros no peito, por pistoleiros ainda não identificados. A polícia abriu inquérito para apurar o crime, mas não tem qualquer pista dos matadores, que invadiram sua casa por volta das 22h30, alvejando-o à queima roupa sem qualquer chance de defesa. Epitácio deixou 13 filhos.

No domingo passado, após chegar de uma reunião que discutiu a reforma agrária, Epitácio foi morto na frente da filha de 13 anos, que também teve um revólver apontado para sua cabeça. Sua filha chegou a ser agredida moralmente pelos pistoleiros e teve as roupas rasgadas, além de ser ameaçada com revólver.

Epitácio havia participado do Grupo de Resistência do ex-deputado João Batista (PSB), também assassinado em 1987. Como Batista, foi morto provavelmente a mando de fazendeiros da região incomodados com sua liderança junto aos sem terra na região do rio Moju.

Recentemente, Epitácio tinha sido eleito para a coordenação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Independente (MTRI). Este movimento foi fundado no Estado do Pará sob o nome de Comissão dos Excluídos da Reforma Agrária, que nasceu com a ocupação da sede do Incra de Belém, em janeiro de 2004.

De acordo com o manifesto publicado durante a ocupação, o ano anterior mostrava que o governo federal, que havia sido eleito com o voto dos trabalhadores, não estava fazendo um governo voltado para a classe. O documento afirmava ainda que a ocupação ocorria sem o apoio da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri), Movimento dos Trabalhadores rurais Sem-Terra (MST), outros movimentos e sindicatos.
A reunião realizada no final de semana em que Epitácio foi assassinado aprovou o nome MTRI e elegeu sua coordenação, da qual Epitácio fazia parte.

De acordo com José Galvão Lima, também coordenador deste movimento, no encontro do final se semana Epitácio lhe falou que havia estava sendo ameaçado. “Na véspera da atividade ele contou que havia sido procurado por fazendeiros e madeireiros da região que lhe perguntaram sobre o caráter do encontro, se esta reunião era para fazer invasão e para discutir a questão do campo e a reforma agrária”.

Seu velório reuniu 300 pessoas. O enterro ocorreu no dia 25 em Tailândia com um grande ato de protesto, o qual exigiu investigação do crime e punição exemplar para os assassinos.

O PSTU solidariza-se com a família do companheiro assassinado e se incorpora à campanha que exige a investigação e punição dos assassinos.

CAMPANHA

Participe da campanha pela apuração imediata do assassinato de Epitácio. Envie mensagens para os seguintes endereços:

Casa Civil
Fax: (91) 248.1575
com cópia para (11) 3101.5636
e-mail: [email protected]
Post author Américo Gomes, de São Paulo (SP)
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