Detalhe da manifestação
Fotos Jeferson Choma

Manifestantes percorrem centro da cidade e, em ato emocionante, prestam solidariedade à ocupação de sem-tetoQuem andava pelas ruas do centro de São Paulo na tarde desse 10 de novembro poderia não entender o que se passava por ali. Contrariando o que diz o conjunto da grande imprensa, que o movimento contra a PM no campus estava isolado, mais de três mil estudantes protestavam contra a repressão e a militarização da universidade.

A manifestação teve início em frente à Faculdade de Direito, no Largo de São Francisco, onde o atual reitor da universidade, Grandino Rodas, foi declarado persona non grata. Os estudantes foram chegando e se concentrando em frente à faculdade por voltas das 14h. Logo depois, vários ônibus vindos do campus da USP traziam mais estudantes. Além do campus da USP no Butantã, havia alunos da USP da Zona Leste e da Unicamp, que prestavam solidariedade aos colegas. Cartazes e faixas contra a PM e a repressão davam a tônica do protesto. “Vem, vem, vem pra rua vem, contra a PM”, cantavam.

Solidariedade aos sem-tetos
No meio da tarde, os cerca de dois mil manifestantes partiram em passeata pelas ruas do centro de São Paulo. Mais uma vez contrariando o que vem sendo divulgado pela imprensa, várias demonstrações de apoio popular ocorriam no decorrer da passeata, incluindo várias ‘chuvas’ de papel picado, que eram efusivamente aplaudidas pelos estudantes. No Viaduto do Chá, os manifestantes prestaram solidariedade e apoio ao ‘Movimento Ocupa Sampa’, acampamento inspirado nas ocupações de praças européias e de Nova Iorque, que está levantado desde o dia 15 de outubro.

O momento mais emocionante da manifestação ocorreu quando os alunos foram levar sua solidariedade às ocupações urbanas que ocorrem no centro da cidade. Os estudantes lotaram a Avenida São João, onde três prédios estão ocupados pela Frente de Luta pela Moradia, entoando: ‘Moradia e educação/abaixo a repressão´. Os sem-teto sofrem com a ameaça de desocupação pela polícia. O ato de solidariedade emocionou tantos os estudantes quanto os próprios sem-tetos.

Ao final do protesto, os estudantes retornaram ao Largo de São Francisco, onde realizaram uma assembleia geral para definir os próximos rumos do movimento.