Novamente, a cidade de Caleta Olivia, na Argentina, é cenário de intensas lutas por emprego e de uma brutal repressão por parte da polícia a mando dos poderosos da região. No dia 20 de julho à noite, um grupo de trabalhadores desempregados da região de Caleta Olívia, ao norte da província de Santa Cruz, que protestavam pela geração de postos de trabalho nas companhias de petróleo, foram duramente reprimidos e presos. Neste momento já são contabilizados cerca de 80 lutadores presos por reivindicar emprego na região.

Os manifestantes que estão lutando por postos de trabalho realizaram vários bloqueios de estradas nos últimos dias e haviam ocupado as portas da petrolífera Repsol-YPF, em Cañadón Seco, que fica a 50 quilômetros de Caleta Olívia. No dia 20, a polícia promoveu uma violenta desocupação do local, com cassetetes e gás lacrimogêneo, deixando dezenas de piqueteiros feridos e prendendo cerca de 80 em várias delegacias da região. Participaram da operação mais de 500 policiais, segundo os dados oficiais.

Segundo denúncias de familiares, entre os presos estão menores de idade e mulheres grávidas. Entretanto, ainda não é possível saber quantos estão presos ou qual é a lista dos nomes de quem está preso, pois as autoridades não liberaram essas informações. Por causa disso, há uma lista grande de desaparecidos que estão sendo procurados por suas famílias.

Entre os vários feridos pela polícia durante a desocupação está Abel Rojo, militante da Frente Obrero Socialista (FOS). O ativista foi internado no Hospital de Caleta Olívia com diversas fraturas e lesões.

Diante do ocorrido, já houve uma primeira manifestação contra a repressão e em defesa da libertação dos lutadores presos, na noite de 21 de julho, em frente à terceira delegacia de polícia de Caleta Olívia. Nesta manifestação, ocorreu uma nova cena de repressão operada pela polícia local, na qual foram presos mais manifestantes.

Além das prisões, desaparecimentos e da forte violência contra as manifestações, os presos políticos estão enfrentando péssimas condições nas prisões locais. Há denúncias de que alguns presos estão amarrados com arames, outros se encontram jogados nos pátios das delegacias, suportando um frio de quatro graus abaixo de zero.

Caleta Olívia fica na região norte da província de Santa Cruz. Essa é a região mais rica da Argentina, e é também onde se localizam três das mais importantes empresas petrolíferas, Repsol-YPF, Pan American Energy e Vintage Oil. Por causa disso, se estabeleceu na região uma política constante de repressão do estado para defender os interesses dessas multinacionais.

O ministro do governo provincial, Roque Ocampo defendeu a ação repressiva da polícia, dizendo que “a política deste governo é manter a paz social”. Nesse caso, o que o governo garante é paz aos negócios das grandes multinacionais instaladas no país.

Por isso, neste momento, é preciso resgatar a solidariedade entre os trabalhadores e lutadores da Argentina e de outros países, assim como foi feito no ano passado quando fizemos uma grande campanha pela libertação de seis presos políticos em Caleta Olívia, que saíram da prisão depois de oito meses. É preciso enviar moções de repúdio a essa repressão e defender, junto aos trabalhadores argentinos a estatização dos recursos naturais do país, a geração de empregos e salários dignos.

Envie moções de protesto para os seguintes endereços eletrônicos:

Ao Presidente da Nação Argentina, Dr. Nestor Kirchner
[email protected]

Ao Governador da Província de Santa Cruz, Sergio Edgardo Acevedo
[email protected]

Com cópias para:
[email protected] e [email protected]