Assembléia do CPERS (Sindicato dos Trabalhadores da Educação)também aponta greve para 2006 e abre debate sobre desfiliaçãoA assembléia dos trabalhadores em Educação do Rio Grande do Sul (RS), realizada neste dia 24 de novembro, no Ginásio Tesourinha em Porto Alegre, votou a suspensão do pagamento à CUT. Cerca de 65% dos 6 mil trabalhadores presentes votaram pela suspensão do pagamento, defendida pela oposição. Já está definido que, no próximo semestre, será feita uma discussão e se decidirá sobre a desfiliação do CPERS da CUT.

A diretoria cutista tentou manobrar, não reconhecer o resultado da votação, forçou uma nova votação e, mesmo assim, não queria admitir a derrota. Depois de muitos protestos exigindo o reconhecimento da votação, foi necessário fazer uma terceira votação. Desta vez, separando os que estavam pela suspensão do pagamento à CUT em um dos lados do Ginásio e os que defendiam a continuidade do pagamento no outro lado. Ficou comprovado que a ampla maioria estava a favor da proposta de suspensão do pagamento.

O reconhecimento da vitória deu início a uma festa, com a alegria estampada nos ativistas da oposição e o sentimento de alívio que essa votação representou. Como disse um ativista, “esse foi o troco à traição da CUT na reforma da Previdência”. Foi uma comemoração total da oposição. Já os governistas estavam abatidos, tentando entender o que estava acontecendo bem na frente dos seus olhos. A preocupação deles faz sentido, pois o CPERS representa 40% dos delegados ao Congresso Estadual da CUT, a maior contribuição financeira e o maior sindicato até hoje filiado à CUT no RS.

A vitória da suspensão do pagamento foi o desfecho de uma discussão que começou depois da traição da CUT na reforma da Previdência. Na eleição deste ano para a diretoria da entidade, foi eleita a chapa cutista. Porém, os votos das duas chapas de oposição que defendiam a desfiliação da CUT somaram 53%. E a chapa cutista fez uma campanha escondendo o nome da central, pois a rejeição à traição da CUT governista dentro da categoria é muito forte.

Além dessa importante definição, a assembléia aprovou um calendário de mobilização que aponta para uma greve em março de 2006. Ficou definido que haverá uma grande assembléia no primeiro dia letivo do próximo ano para marcar a data da greve.

Post author Altemir Coser, de Porto Alegre (RS)
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