Leia abaixo a nota do PSTU sobre o 2º turno das eleições em Macapá (AP)Aproxima-se o segundo turno das eleições municipais em Macapá (AP). Eleições essas marcadas por um forte financiamento dos ricos aos seus candidatos, além, é claro, da assustadora rejeição ao governo estadual do PSB, transferida para sua candidata Cristina Almeida. Agora, na reta final, se enfrentam Clécio Luís (PSOL) e Roberto Góes (PDT), candidato à reeleição. As duas candidaturas não representam, porém, uma saída para os trabalhadores de Macapá.

O governo municipal do PDT foi marcado por grandes escândalos de corrupção. O PSOL, no entanto, que poderia representar o campo da esquerda resolveu estabelecer não apenas meras alianças com os partidos dos ricos, mas foi além. Resolveu compor governos com eles, como o governo municipal de Santana em que, como anunciado por Robson Rocha (PTB), o PSOL vai compor com o PTB e o DEM. Além, é claro, do governo estadual, que setores internos do PSOL já fazem parte.

Neste cenário desolador em que o segundo turno se dá, Roberto Góes (PDT) nada mais é do que o mais legítimo representante da oligarquia. De outro lado, está Clécio, que resolveu aliar-se aos ricos para defender uma saída burguesa para a grave crise em que Macapá se encontra, tendo como receita as velhas saídas apresentadas pelo DEM, PTB, PCdoB, PSDB, PPS e um longo etc.

Desde a criação do território e depois a transformação em estado, o Amapá vive um eterno revezamento de poder entre oligarquias que buscam o mesmo fim: privilegiar os ricos do estado. Nos últimos anos, podem-se tirar importantes lições. O PDT aprofundou seu projeto de sucateamento da máquina pública com escândalos e mais escândalos de corrupção, e o PSOL demonstrou que não está disposto a romper com esta lógica de dominação.

Sem dúvida, os partidos da esquerda combativa devem cumprir o papel de denunciar, lutar, reivindicar, não se curvar diante do poderio e da acumulação de riqueza, mas infelizmente, ainda que reconheçamos a batalha e obstinação de milhares de militantes honestos do PSOL, é preciso dizer que este partido, seguindo este caminho, deixa de cumprir o papel de ajudar a construir uma sociedade livre de explorados e exploradores.

Diante dessas alianças,
o PSTU não pode chamar o voto no PSOL

Rejeitamos veementemente a candidatura do PDT, pois é uma alternativa da burguesia e da oligarquia, que governará para os ricos se eleito. Tínhamos a intenção de chamar o voto crítico no PSOL, a fim de derrotar o atual prefeito, e já estávamos fechando a nota que anunciaria esse posicionamento quando veio a público a aliança de Clécio com o DEM, PSDB e PTB, fruto de um acordo com o próprio Sarney. Frente a este quadro, ficou totalmente impossível o PSTU chamar o voto em Clécio, pois não podemos estar em uma aliança ou mesmo chamar o voto em um candidato e um governo que será composto pela velha direita oligárquica que, no país, governou junto com FHC.

Lamentamos que estejamos perdendo uma grande oportunidade de mudar Macapá e elegermos uma prefeitura que governe realmente para os trabalhadores e a maioria do povo. Um governo com Sarney e os velhos partidos da direita será uma decepção e seguirá governando segundo os interesses dos ricos e poderosos do estado e da cidade. Por isso o PSTU lamenta essa política desastrosa de alianças do PSOL de Macapá, defendida e avalizada pelo presidente nacional do PSOL, Ivan Valente, e chama os trabalhadores a votar nulo neste segundo turno.

Os dois projetos que hoje se apresentam no segundo turno em Macapá não representam os anseios dos trabalhadores. Nesse sentido, o voto nulo será um ato coerente em defesa da classe trabalhadora e dará um importante recado de que o que queremos é uma Macapá para os trabalhadores!