A explosão de uma caldeira causou a morte de dois trabalhadores e feriu gravemente outros três na cervejaria Heineken, em Jacareí, na manhã desta quinta-feira, dia 28.
 
O PSTU lamenta profundamente essa tragédia e se solidariza com os familiares das vítimas e trabalhadores da Heineken. Exigimos que haja uma investigação rigorosa do ocorrido, com o acompanhamento do Sindicato e da CIPA.
 
Um dos trabalhadores ficou gravemente ferido com queimaduras de terceiro grau e foi levado ao Hospital Municipal de São José dos Campos. Os nomes dos trabalhadores atingidos ainda não foram divulgados.
 
As vítimas atingidas pela explosão eram trabalhadores terceirizados de uma empresa que faz manutenção das caldeiras da Heineken. O acidente ocorreu por volta das 9h, quando os trabalhadores realizavam testes nas caldeiras.
 
A caldeira que explodiu abastecia o funcionamento das máquinas da cervejaria com vapor e ar-comprimido. A explosão foi tão forte que causou a destruição de parte do galpão fábrica (como mostram imagens obtidas pela G1).
 

 
O capitalismo mata!
O acidente ocorreu no dia em que os trabalhadores da Heineken elegeriam os novos integrantes da CIPA, comissão de saúde e segurança da empresa.
 
Porém, de forma arbitrária, a empresa impediu o acesso dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação e da CIPA ao local do acidente, o que é inaceitável.
 
Segundo informações do Sindicato, a caldeira na Heineken funcionava com óleo e estava sendo readaptada pela empresa para funcionar a gás, que teria um custo menor.
 
A cervejaria vem reestruturando a produção e demitindo funcionários. O excesso de jornada e o ritmo acelerado de produção na Heineken também têm sido denunciados pelo Sindicato da Alimentação ao Ministério Público do Trabalho. Atualmente, a Heineken conta com 400 trabalhadores divididos em três turnos.
 
Lamentavelmente, mais duas vidas de trabalhadores são perdidas em razão de acidentes de trabalho e, novamente, são trabalhadores terceirizados, o setor mais explorado da classe. Essa é a triste realidade em nosso país e no mundo”, afirma o presidente do PSTU e suplente de deputado federal Toninho Ferreira.
 
O fato é que a vida dos trabalhadores não costuma ser prioridade para a maioria das empresas que, em geral, priorizam o corte de custos e enxugamento de efetivo, em detrimento da saúde e segurança. As caldeiras são um exemplo. De grande risco, nem todas as empresas mantém fiscalização e manutenção 100% destes equipamentos. Em 2002, um acidente também com a explosão de uma caldeira matou quatro trabalhadores na Exotec, metalúrgica de São José dos Campos”, afirmou Toninho.
 
É preciso apurar todos os fatos, punir os responsáveis e tomar todas as medidas para evitar tragédias como essa”, concluiu.
 
Nesta sexta-feira, dia 29, o Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação realiza um ato em frente à fábrica, às 5h30. A manifestação, em solidariedade às vítimas e seus familiares, terá participação de trabalhadores e sindicatos da região.

 

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