Os ativistas do movimento sindical e da juventude devem refletir neste momento sobre as experiências trazidas pela situação internacional. As mudanças indicam que o repúdio ao imperialismo cresce em todo o mundo.

Já estava claro que o sentimento antiimperialista persegue Bush aonde quer que ele vá. Foi assim em Mar del Plata, no Brasil, será assim em qualquer lugar do planeta. Os dados também indicam que existe uma crise política crescente nos EUA, com derrotas sucessivas de Bush, que tem apoio popular de apenas 36% da população.

Agora, a rebelião da juventude de origem imigrante na França explicita a crise que também atinge a Europa. O imperialismo europeu tira a máscara, e aparece um rosto tão inumano e ditatorial como o de Bush.

Os metalúrgicos brasileiros, que trabalham na Volkswagen alemã, ou na Fiat italiana, sabem que a exploração imperialista é a mesma que a da Ford norte-americana.

Vemos agora o imperialismo não só tão ameaçador de um lado ou de outro do oceano, como também, que a resistência a ele está aumentando em todo o mundo. A crise política do neoliberalismo vai se alastrando, apesar da continuidade do crescimento econômico.

Isto é muito importante porque, aqui no Brasil, tanto o governo petista como a oposição burguesa são defensores do neoliberalismo e da submissão ao imperialismo, tanto do norte-americano como do europeu. A polarização social e política que se vê na situação dos países imperialistas provavelmente chegará ao Brasil.

O governo petista inspirou-se na social-democracia européia, que foi parte fundamental da aplicação dos planos neoliberais no continente. Comentando com Lula a aplicação das medidas repressivas pelo governo francês para tentar conter as mobilizações, um de seus assessores saiu-se com essa: “Ainda bem que a nossa jibóia está adormecida”. Referia-se a que, felizmente para o governo, não existiam grandes mobilizações agora.

Mas, infelizmente para o governo petista, felizmente para todos os que lutam contra o imperialismo, essa polarização, que começamos a ver com freqüência em todo o mundo, vai acabar despertando as lutas.

Será a hora de apontar para uma alternativa aos trabalhadores, independente tanto do bloco governista como da oposição burguesa, ambos pró-imperialistas. A luta contra a Alca, pela ruptura com o plano econômico do governo e do FMI, o não pagamento da dívida, e a retirada das tropas brasileiras do Haiti são as nossas bandeiras antiimperialistas.

Post author Editorial do jornal Opinião Socialista 241
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