Recente pesquisa do Datafolha revela em números a chocante realidade que as mulheres brasileiras sofrem todos os dias. Segundo o Instituto, em pesquisa realizada em novembro, mais da metade das brasileiras já sofreram assédio sexual (52%). E esse número pode ser bem maior se levarmos em consideração que uma das facetas do machismo é a culpabilização da mulher que dificulta a percepção de que ela é uma vítima de determinado assédio.

Uma notícia alentadora, fruto da histórica luta do movimento das mulheres, é que mais da metade da população brasileira, 54%, acredita que o feminismo mais ajuda do que traz prejuízos à imagem da mulher. Isso é muito importante. Mostra que estamos desconstruindo, cada vez mais, a ideia de que a luta das mulheres é uma guerra de mulheres contra homens.

Precisamos ganhar mais e mais o povo brasileiro para a ideia de que o machismo é um conjunto de ideias nefasta e lutar contra ele é uma tarefa de mulheres e homens. E mais, que o machismo não é só fruto de uma conduta individual. É utilizado pelo sistema político econômico para manter a dominação e ampliar a exploração dos trabalhadores. Por que mulheres ganham menos que homens exercendo a mesma função? Quem se beneficia em ultima instância com as mulheres trabalhadoras presas aos lares sem participar da vida política do país? As piadinhas e os assovios impedem que as mulheres falem nas assembleias. O peso solitário das tarefas domésticas não permite que elas se dediquem mais as tarefas políticas. Os maridos ciumentos boicotam a sua participação nas lutas, nas greves, nos congressos e encontros do movimento e um longo etc. Perde-se para a luta quase metade da classe trabalhadora e quem ganha é o patrão e os governos.

As garotas secundaristas de SP mostraram, na prática, a força que a luta passa a ter quando as mulheres entram em cena!

 
 
 
 

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