Diversas organizações e ativistas alagoanos realizam ato público declarando apoio aos moradores do Pinheirinho e denunciando a violência de Alckmin e Teotônio VilelaNa manhã da terça-feira (24/01), diversas entidades, organizações políticas de esquerda, ativistas e estudantes reuniram-se, no Centro da cidade de Maceió, em um ato para prestar solidariedade aos moradores expulsos da comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos, São Paulo. O ato soma-se aos diversos atos de solidariedade que estão ocorrendo em toda parte pelo Brasil.

Com cartazes e faixas contra a repressão e a invasão da polícia, os manifestantes fizeram panfletagem e falas durante toda a manhã. Um dos objetivos, além de manifestar apoio, foi informar a população sobre o que está acontecendo no Pinheirinho; já que na grande mídia as informações são sempre desencontradas, superficiais e que muitas vezes criminalizam os trabalhadores que ali vivem.

Nas falas dos manifestantes o que ficou claro é que irá continuar a solidariedade aos homens, mulheres e crianças que foram brutalmente reprimidos pela polícia de Geraldo Alckmin – PSDB. A denúncia de maus tratos, violência, truculência, ilegalidade e covardia que afetou de maneira desumana, mães de família, crianças e deficientes foi ressaltada no ato. Além disso, foi denunciada a relação também truculenta e de total recusa ao diálogo mantida pelo governo estadual de Teotônio Vilela, também PSDB, com os movimentos sociais alagoanos, em especial, no que diz respeito à violência no campo. Exigiu-se, também, uma posição incisiva do governo Dilma sobre o ocorrido, não bastando apenas declarações, mas sendo necessária uma imediata intervenção em favor dos moradores desalojados.

Servindo para levantar a questão da luta por moradia digna também em Alagoas, o ato contou com a presença de representantes da Associação dos Moradores do Jaraguá, bairro que conta com uma ocupação de pescadores que resiste à ameaça de despejo há quase meio século. A presidente da Associação, Enaura Nascimento, moradora da Vila dos Pescadores do Jaraguá há mais de 20 anos, denunciou as falcatruas dos diversos governos estaduais e municipais que engavetaram inúmeros projetos de urbanização da área, os quais contam com a participação de arquitetos, assistentes sociais, cientistas sociais e outros especialistas em sua elaboração. “Estamos aqui em solidariedade aos moradores do Pinheirinho, pois a gente sente também na pele o descaso!”, disse, emocionando todo o ato.

O ato público foi exemplo de construção em unidade reunindo as principais entidades e organizações da classe trabalhadora alagoana. Foi lançado um manifesto assinado por: CSP-CONLUTAS, ANEL-AL, SINDPETRO-AL/SE, DCE-UFAL, DCE-UNCISAL, SAE-AL, Centros e Diretórios Acadêmicos da UFAL Movimento Luta de Classes, CUT, SINDSUPER-AL, PSTU, PSOL, PCB, PCR, Resistência Popular, Consulta Popular, UJR, Grupo Além do Mito. Militantes dos diversos partidos e ativistas das diversas entidades marcaram presença. O PSOL esteve representado pela vereadora Heloísa Helena, assim como o PCdoB, na figura de seu presidente regional Eduardo Bonfim.

Heloisa Helena falou de seu contato com o Pinheirinho. “A comunidade do Pinheirinho que há oito anos tem uma luta de resistência, uma gloriosa luta de resistência, inclusive tive a oportunidade, junto ao companheiro Mancha do PSTU, de passar o dia todo com eles, lá na comunidade do Pinheirinho são mais de 2000 mil famílias e mais de 6000 pessoas honradas, pessoas trabalhadoras, pessoas honestas, pessoas que lutam todos os dias, quase que escalando uma montanha, por dia para sobreviver com dignidade”. E conclui ressaltando a luta dos moradores do Pinheirinho “Pinheirinho somos todos nós, a dor de vocês é também a nossa dor, a dor da resistência do povo de Alagoas!”.

Blog: http://pstual.blogspot.com/2012/01/lutadores-de-maceio-prestam.html