Marcada para ocorrer entre os dias 15 e 21 de fevereiro, a ação de despejo contra os moradores da ocupação Prestes Maia foi adiada por pelo menos dois meses. O anúncio foi feito pelos dirigentes da ocupação durante assembléia que reuniu cerca de 200 pessoas na maior ocupação vertical da América Latina.

A suspensão temporária da reintegração ocorreu após intensas mobilizações dos moradores, que realizaram manifestações quase diárias contra a ação. No dia 7 de fevereiro, uma manifestação dos moradores parou a Avenida Prestes Maia e foi reprimida pela Tropa de Choque.

Serra não desistiu
No entanto, apesar da vitória parcial dos sem-tetos, o prefeito e presidenciável tucano ainda não desistiu da intenção de despejar os moradores do prédio. A prefeitura quer apenas mais tempo para desmantelar a ocupação através de “programas sociais”, como bolsa-aluguel ou o pagamento de passagens, só de ida, para os moradores voltarem à sua cidade de origem. José Serra tenta acabar com a ocupação oferecendo esmolas aos seus moradores, evitando uma reintegração violenta que arranhe sua imagem em tempos de definição de candidaturas para as eleições.

Moradores do Prestes Maia denunciam ainda que a Polícia Militar mantém uma pressão permanente, aterrorizando diariamente as famílias que residem no local. Portanto, apesar da suspensão da reintegração, a prefeitura tucana não recuou um milímetro de sua política racista, higienista e discriminatória.

LEIA TAMBÉM

  • [14/2/06] Serra planeja desocupar 468 famílias no Centro de São Paulo