Luta das mulheres trabalhadoras é debatida no Fórum

Joceline Chagas,de Porto Alegre

Com uma homenagem às três companheiras argentinas que estão presas por lutarem pelos direitos dos trabalhadores daquele país, foi realizado o debate Luta Mulher! Contra as reformas de Lula e do FMI, organizado pela Secretaria de Mulheres do PSTU, no dia 27.

A mesa foi composta pela dirigente nacional do PSTU, Ana Rosa, pela diretora do Sindicato dos Servidores de Bauru (SP), Eliane Kotti, e a representante da Conlute, Fernanda Castro.

O debate contou também com a participação de companheiras da Bolívia, Argentina, Peru, Paraguai e Uruguai, que relataram a situação de opressão e exploração em que vive a população pobre dos seus respectivos países.

A política do governo Lula para privatizar as universidades públicas e retirar direitos dos trabalhadores com as suas reformas neoliberais também foi duramente criticada.

Fernanda destacou que é preciso fortalecer a luta da juventude e dos trabalhadores para barrar a reforma universitária que deixa a educação na mão dos “tubarões do ensino”. Ela ressaltou também a falta de uma política para a juventude. “O governo Lula não investe na saúde e nem na educação, por isso precisamos nos mobilizar para derrotar esse governo e arrancar direitos fundamentais, como creches nas universidades e escolas públicas, para atender as mães jovens”.

Eliane Kotti também denunciou o desmonte do serviço público que se aprofundou nos últimos anos. Ela lembrou que as mulheres são as maiores atingidas, pois apesar de representarem metade do mercado de trabalho, sobra a elas o serviço precarizado e a exploração da mão-de-obra barata.

Eliane denunciou o papel da CUT nesse processo. “A CUT é o freio das lutas e não representa mais os trabalhadores e trabalhadoras desse país. Temos que construir uma grande resistência contra a Alca e os projetos neoliberais nos diversos países e construir uma nova direção para dirigir essas mobilizações”, ressaltou.

Para Marcela Ricco, da Argentina, o capitalismo é igual em todos os países. “Na Argentina também estão querendo implantar a reforma universitária. Vamos mobilizar a população e lutar para derrubar esse projeto”, disse.

As intervenções das representantes de delegações internacionais demonstraram a semelhança da situação de exploração em cada país e apontaram para a necessidade da unidade e organização internacional de trabalhadores e trabalhadores para lutar por um outro mundo e construir uma nova sociedade.

Durante as várias contribuições que foram feitas pelas participantes do debate, houve um momento particularmente emocionante: o depoimento das companheiras que estão lutando por moradia em uma ocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP). Lembrando as dificuldades de ser sem-teto, sendo mulher e, particularmente, mãe, as companheiras comoveram a platéia ao darem um exemplo de garra, denunciando toda a desumanidade e crueldade do capitalismo, particularmente no que se refere à vida das mulheres trabalhadoras e pobres.