Mais de 20 mil trabalhadores marchavam em Brasília no último dia 11 contra a reforma da Previdência. Enquanto isso, o governo e o PT buscavam impedir uma CPI no Senado sobre o desvio de US$ 30 bilhões pelo Banestado e forçavam a tramitação da PEC-40 na Comissão Especial da Câmara. Mesmo sabendo que tal ato seria mais uma provocação aos servidores, o governo optou por não parar por nenhum dia o “andamento da reforma”, para tentar mostrar aos banqueiros que vai enfrentar os trabalhadores.

O ministro Zé Dirceu e o presidente do PT, José Genoíno, primeiro tentaram proibir parlamentares petistas de ir ao ato convocado pelos sindicatos e pela CUT, depois liberaram a bancada, mas entraram em ação exigindo que os parlamentares “fossem um exemplo para os demais partidos aliados”. Leia-se: que ninguém discursasse contra as reformas e o governo.

Não é à toa, que quando chegaram ao Palácio do Planalto, os manifestantes entoaram “Stálin não morreu, virou o Zé Dirceu”.

Uma comissão, composta pelo ministro da Casa Civil, José Dirceu, do Planejamento, Guido Mantega, da Previdência, Ricardo Berzoini e pelo assessor Luís Dulci, recebeu uma comissão dos manifestantes.

O professor Domingues, vice presidente do ANDES-SN, que esteve na comissão disse”Não tivemos nenhum avanço. Só conseguiremos nossos objetivos se houver mobilização da categoria. As reivindicações só serão atendidas se houver manifestações e paralisações”

A manifestação do dia 11, entretanto, com certeza, colocou a mobilização contra a reforma num novo patamar.

Agora é Luta e a tarefa de todos os sindicatos e ativistas é entrar em cheio na Campanha contra a reforma, esclarecendo a população e ganhando o apoio crescente dos trabalhadores do setor privado à luta dos servidores.
Os servidores, por sua vez, devem seguir ganhando as ruas de forma unificada, até a construção da greve de todo setor público.

Unir a esquerda na luta e num novo Partido

Essa reforma é um divisor de águas. Não é possível defender os interesses dos trabalhadores e seguir na base do governo. Também já não é possível seguir fiel à luta da nossa classe por dentro do PT, vide os parlamentares ameaçados de expulsão por se contraporem à reforma. Para ficar no PT é preciso abandonar os trabalhadores e colocar-se ao lado dos banqueiros e do acordo com o FMI.

Por tudo isso, é preciso que a esquerda socialista rompa com o governo e com o PT e que construamos juntos um novo partido, de luta, de classe, revolucionário e socialista, que possa ser uma alternativa e uma referência de esquerda para os trabalhadores brasileiros.
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