Nos dias 17, 18 e 19 de outubro, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) encaminha a 7a rodada de licitações de áreas para exploração e produção de petróleo e gás natural. A 6ª rodada, ocorrida em agosto de 2004, leiloou 913 blocos de produção de petróleo e gás do país, o que representava metade de nossas reservas de petróleo. Agora, nesta 7ª rodada, o governo petista quer entregar mais poços.

A entrega das reservas petrolíferas brasileiras teve início quando Fernando Henrique acabou com o monopólio estatal da exploração do petróleo. Em 1997, FHC aprovou no Congresso a Lei n0 9.478, que permitiu que a União realizasse leilões públicos de áreas do território brasileiro para pesquisa e exploração de petróleo e gás natural, com concessão para empresas privadas, incluindo estrangeiras. A vencedora da licitação torna-se proprietária do produto extraído e irá exportá-lo.

Em julho de 1998, com base nessa lei, foram definidas as áreas que seriam mantidas como concessão da Petrobras, apenas 7,1% da área total das 26 bacias sedimentares brasileiras, deixando 92,9% para futuras licitações. A partir daí, FHC deu início aos leilões, realizando até a quarta rodada de licitações. Lula deu continuidade ao roubo dos recursos energéticos.

O que está em jogo na 7ª rodada
A 7a Rodada oferecerá 1.134 blocos exploratórios, que totalizam 397,6 mil quilômetros quadrados. Os blocos em terra estão situados nas bacias do Espírito Santo, Potiguar, Recôncavo, Sergipe-Alagoas, Solimões e São Francisco. Em mar, estão as bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Potiguar, Barreirinhas, Camamu-Almada, Jequitinhonha, Espírito Santo, Campos, Santos e Pelotas. A ANP está dando ênfase às áreas com potencial de gás natural na 7ª Rodada.

Os blocos exploratórios em torno do Campo de Mexilhão, localizado na Bacia de Santos, deverão ser alvo das maiores disputas da rodada. Os 13 blocos oferecidos pela ANP somam quase 10 mil quilômetros de áreas consideradas de grande potencial.

Esgotamento
O crime cometido por FHC e por Lula contra a soberania do país é ainda maior se avaliarmos a previsão para o esgotamento das reservas mundiais de petróleo e gás. O petróleo é um recurso natural não-renovável, e seu uso abundante como fonte energética levará a uma inevitável crise mundial de escassez do produto. Por outro lado, há um crescimento enorme do consumo de petróleo em todo o mundo.

A OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) produz hoje 30 milhões de barris de petróleo por dia. Em 2010, terá que produzir 44 milhões de barris de petróleo por dia para tentar solucionar a crise, índice que não poderá ser atingido. Além disso, as reservas mundiais podem ser ainda mais limitadas do que se imagina, pois as empresas divulgam números maiores para valorizar suas ações no mercado.

Essas previsões indicam que a economia mundial e o capitalismo caminham de forma acelerada para uma crise de proporções gigantescas. Não é à toa que os EUA, maior consumidor de petróleo do mundo estão protegendo suas reservas de petróleo e desesperados para tomar as reservas de hidrocarbonetos (derivados de gás e petróleo) do planeta como tentam no Iraque. Também não é à toa que o preço do barril de petróleo aumenta também de forma veloz. Quando a ANP realizava o 60 leilão, o barril de petróleo custava cerca de US$ 30. Hoje, na 7a rodada, o barril já custa mais de US$ 60 e há previsão que chegue a US$ 100 dólares em pouco tempo.

Um crime contra o país
As reservas brasileiras são cobiçadas. Um estudo da Consultoria Wood Mackenzie mostra que a Petrobras foi a segunda petrolífera que mais agregou valor por meio de exploração de petróleo e gás nos últimos 15 anos. Perde apenas para o grupo britânico British Petroleum.

As reservas brasileiras poderiam garantir uma autonomia do país por 25 anos, evitando que o Brasil tivesse que importar petróleo. Entretanto, o governo comete um crime contra a soberania do país e entrega de bandeja nossos recursos energéticos para o capital internacional. Em todos os leilões já realizados, as maiores beneficiárias foram as multinacionais. Além disso, o dinheiro arrecadado com a 6a rodada foi usado pelo governo Lula para manter o superávit primário, ou seja, foi enviado para pagar juros da dívida externa.

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