Após seis pedidos de audiências, representantes viajaram a BrasíliaO presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Adilson dos Santos, e o secretário-geral e membro da executiva nacional da Conlutas, Luís Carlos Prates, o Mancha, estão nesta sexta-feira, dia 20 de fevereiro, em Brasília. Eles se dirigiram à capital logo após a manifestação na entrada do primeiro turno da Embraer.

O objetivo da viagem foi pedir, pela última vez, uma reunião em caráter de emergência com o presidente Luís Inácio Lula da Silva para tomar medidas contra as mais de 4.200 demissões na ex-estatal. Entre os demitidos, estão lesionados e pelo menos uma mulher grávida. Também vazou a informação de que funcionários em férias estão na lista de dispensados.

Desde que começaram as demissões nas empresas metalúrgicas, o sindicato já solicitou seis audiências com o governo, no que não foi atendido. Agora, mais uma tentativa frustrada. Segundo a rádio CBN, Lula não recebeu os dois sindicalistas. A assessoria da presidência teria informado à rádio que o presidente foi para o Palácio da Alvorada descansar, pois a reunião não estava agendada.

Mancha disse que a postura do presidente não combina com a indignação que ele havia declarado na quinta-feira, 19 de fevereiro, quando iniciaram as demissões. Os dois sindicalistas falaram, ainda, que se o governo não intervir para reverter as demissões, o sindicato tomará uma série de medidas, inclusive podendo convocar uma paralisação geral na empresa.

Durante a manhã, em entrevista coletiva, Zé Maria de Almeida informou sobre a viagem e disse que “em relação a Embraer, o governo mesmo diz que ela sobrevive com investimento do BNDES. Se o Estado é responsável por financiar a empresa, que assuma o controle da empresa”.

É uma absurdo que o presidente da República, ex-operário, consiga descansar em vez de atender aos trabalhadores, no momento em que acontece uma verdadeira tragédia para 4.200 operários e suas famílias. Para esses trabalhadores, não haverá descanso, nem carnaval.