No último dia 4 o acampamento organizado por sindicatos e movimentos sociais, populares e indígenas contra a transposição do rio São Francisco foi despejado. A iniciativa havia sido montada no dia 26 de junho na fazenda Mãe Rosa, município de Cabrobó (PE), e chegou a contar com cerca de 1.500 ativistas. A ocupação forçou a paralisação do início das obras de transposição.

A exemplo do que ocorreu durante a ocupação da hidrelétrica de Tucuruí pelo MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) e a Via Campesina, a ação deixou claro o endurecimento do governo Lula contra os movimentos sociais.

Os agentes da Polícia Federal, reforçados pelo batalhão de choque da Polícia Militar, chegaram ao local no início da manhã. Eles estavam acompanhados por um agente da Fundação Nacional do Índio (Funai) e pelo oficial de Justiça. De uma só vez aconteceram a intimação, o despejo e a reintegração da área. Os trabalhadores negociaram a saída pacífica, no sentido de evitar conflitos. Assim, foi dado um tempo para a organização da retirada.

O grupo seguiu em marcha por 13 quilômetros até o assentamento Jibóia, de trabalhadores ligados ao MST.

Campanha continua
Apesar da desocupação, a mobilização contra a transposição do São Francisco continua. Um dia depois do despejo, índios de 18 tribos ocuparam uma área ao lado da área reintegrada pelo governo. Os movimentos que fazem parte da campanha contra a transposição estão discutindo os próximos passos da luta.
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