`FotoO agronegócio está diretamente relacionado aos mais bárbaros crimes cometidos no campo. A maior parte dos que trabalham em regime de escravidão no país está concentrada nas imensas propriedades rurais e empreendimentos agrícolas de alta tecnologia voltadas para exportação. O assassinato dos fiscais do trabalho em Unaí (MG) mais uma vez escancarou essa realidade, quando revelou que o crime foi cometido por jagunços a mando do maior produtor de feijão da América Latina, Norberto Mânica.

A criação de milícias particulares para reprimir e assassinar os sem-terra também está ligada a estes fazendeiros, que matam e espancam camponeses sem-terra, até mesmo na frente da imprensa e da polícia, como foi o caso recente da ocupação de uma fazenda em Paranavaí (PR), e ficam na mais completa impunidade.

A direção do MST, que inclui muitos dos lutadores do campo brasileiro, infelizmente segue dizendo que é necessário confiar no governo Lula para fazer a reforma agrária. Mas, como confiar em um governo que abriga entre seus ministros, Roberto Rodrigues e Furlan, os maiores representantes do latifúndio e do agronegócio do país? O governo Lula está paralisado em relação à reforma agrária, e extremamente ativo no desenvolvimento do agronegócio, que bate recordes atrás de recordes. A prova da realidade demonstra que a direção do MST está equivocada em seu apoio ao governo Lula.

Se isso não fosse suficiente, bastam as alianças eleitorais do PT com latifundiários, para ver como esse partido não pode ser de confiança dos sem-terra. O fundador da UDR em Porto Nacional, no Tocantins, entrou no PT e hoje é o candidato a prefeito desse partido. Em Unaí, o PT fez uma aliança eleitoral e está apoiando para prefeito um dos irmãos Mânica, sócio do mandante do assassinato dos fiscais do trabalho.
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