O presidente considerava a reeleição no primeiro turno praticamente assegurada. Com a nova crise política, cuja investigação aponta diretamente para a direção nacional do PT e para o Palácio do Planalto, o quadro eleitoral fica muito complicado.
Muitos trabalhadores irão votar em Lula, que se apresenta como defensor dos pobres e perseguido pela elite que sempre governou o país. Os trabalhadores temem o retorno do PSDB/PFL ao poder e estão optando por dar um voto útil a Lula. Dizem eles: Lula é um dos nossos e vai governar para nós.
Achamos que isso é um erro. Lula não governa e nunca governou para os trabalhadores. O fato de Lula ter sido um líder operário confunde a consciência de milhares de trabalhadores. Seu governo é de direita, mas com cara de esquerda.
Seu passado sindical foi atirado na lata do lixo. Lula governa para a burguesia e aplica um plano econômico a serviço das grandes empresas e do imperialismo. Nem mesmo no governo FHC os bancos e empresários lucraram tanto como agora. Como resultado dos juros altos, o lucro dos bancos aumentou, só nos últimos três anos, em 80,5%, chegando a R$ 57,6 bilhões.
O próprio presidente admitiu que os maiores beneficiados de seu governo foram os ricos. Os ricos, as empresas e os bancos ganharam mais dinheiro do que nunca, disse (Folha de S. Paulo, 18/09/2006). Aos pobres sobram as migalhas dos programas sociais compensatórios como o Bolsa Família, que custou ao governo no ano passado R$ 5,5 bilhões, quase 50 vezes menos que os R$ 272 bilhões destinados ao pagamento das dívidas em 2006.
Além disso, George W. Bush, o maior símbolo da dominação imperialista, não pára de elogiar Lula e o ajudou diretamente na sustentação da crise de 2005. Os elogios a Lula têm explicações: além de garantir o pagamento religiosamente em dia da dívida externa, o governo do PT lidera uma ocupação colonial no Haiti, fazendo assim o serviço sujo para o presidente dos EUA.
Mensalão, vampiros, sanguessugas e a compra do dossiê mostram de maneira inequívoca que o governo Lula também copiou a mesma corrupção de governos de direita, como os de Collor e de FHC.
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