Condoleezza Rice pediu a intermediação do presidenteNo início da crise, Chávez e Correa anunciaram a suspensão das relações com a Colômbia, acusando Uribe de estar a serviço de Bush na América Latina. Lula, ao contrário, não fez a mínima denúncia dos EUA no caso e preservou Bush e Uribe. Mais que isso, Lula, mais uma vez, cumpriu o papel de bombeiro do imperialismo no continente, costurando um acordo na OEA (Organização dos Estados Americanos) que livrou o presidente colombiano de qualquer tipo de condenação.

A crise diplomática se resolveu após Uribe ter apresentado um pedido formal de desculpas durante a conferência da OEA. Sem qualquer tipo de condenação, muito menos retaliação, Uribe está livre para invadir novamente outro país do continente sob as ordens de Bush. Após a conferência, o presidente colombiano reiterou diversas vezes que a ação militar da Colômbia foi correta, mostrando que pode repetí-la no futuro. A OEA, mais uma vez, se mostrou como um ministério dos EUA no continente. E contou, mais uma vez, com a ajuda de Lula.

O presidente Lula age como o ministro da OEA e do imperialismo na América Latina. Não é por acaso que a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, pediu a intermediação do presidente para a solução do conflito. Durante a ameaça de golpe militar que pairava sobre a Venezuela ainda em 2003, um ano depois do golpe frustrado, Lula, ao invés de denunciar o perigo, defendeu a criação de um “grupo de amigos” (que incluía os EUA!) para promover a conciliação entre a burguesia golpista e o governo venezuelano, através de um grande acordo. Foi o que acabou acontecendo no país.

No Equador, quando a população foi às ruas em 2005 e derrubou o governo traidor e corrupto de Lucio Gutierrez, o governo brasileiro agiu diretamente no país vizinho e comandou a fuga do presidente equatoriano para o Brasil. Como se isso não bastasse, Lula ofereceu asilo político a Gutierrez.

Mais do que o presidente dos “panos quentes”, sempre pronto a manter a estabilidade regional a serviço dos EUA, o governo Lula age ostensivamente a favor do imperialismo. Com armas, se for preciso, como mostrou na ocupação do Haiti. Uma realidade bem distinta da política externa progressista, que setores da esquerda ainda insistem em afirmar que o governo Lula pratica.

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