Governo sela a coalizão para aprovar reformasLula decidiu entregar cinco importantes Ministérios ao PMDB. O anúncio foi realizado no dia 14, após uma reunião com o presidente do partido, Michel Temer, que saiu todo prosa do encontro. Não é para menos: somados os orçamentos dos cinco ministérios, o valor ultrapassa R$74 bilhões. Em troca, o PMDB vai garantir a maioria governista no Congresso, selando assim a dita “coalizão” do segundo mandato do presidente.

O deputado Geddel Vieira Lima (BA), um dos baluartes da oposição de direita no primeiro mandato, ficou mesmo com a Integração Nacional. José Gomes Temporão dirigirá a Saúde. Hélio Costa – homem de estreitas relações com a Globo – permanece em Comunicações, e Silas Rondeau, em Minas e Energia.

A novidade foi a nomeação do deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR) para a Agricultura. Ele teve o aval do ex-ministro Roberto Rodrigues. Balbinotti é o maior produtor de semente de soja do país e um dos mais notáveis representantes do agronegócio brasileiro. Em 2003, suas fazendas lucraram R$65 milhões. A nomeação do ruralista é mais uma confirmação da opção do governo pelo fortalecimento do modelo agroexportador, em detrimento da agricultura familiar e da necessária reforma agrária, que, na prática, já foi enterrada por Lula.

O novo ministro da Agricultura já foi da Arena e do PSDB. Em 2003, resolveu aderir ao PMDB. Mal foi nomeado e Balbinotti já está sendo motivo de constrangimento para o governo. Segundo a Justiça, ele responde atualmente a um inquérito sigiloso no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes contra a fé pública e por falsidade ideológica. No momento, a nomeação de Balbinotti foi para a geladeira, o que não significa que não será nomeado na próxima semana.

O PMDB, desde o fim da ditadura, nunca ficou distante do poder. É a maior legenda de aluguel desse país e está acostumado às benesses do Estado.

Agora, com as nomeações, poderá assaltar os cofres públicos do Estado, ampliando a corrupção dentro do governo. Haja mensalão!

Por outro lado, está selado o acordo para que Lula tenha maioria no parlamento e implemente as nefastas reformas neoliberais.