A presença do presidente Lula no 8º Concut na manhã desta quarta-feira reafirmou a continuidade da aplicação das reformas neoliberais iniciadas pelo governo FHC e, principalmente, procurou demonstrar que a CUT será a grande aliada do governo em mais este ataque aos trabalhadores.

Em um rápido discurso que durou menos de 10 minutos, Lula lembrou de seus tempos de metalúrgico e procurou passar ao largo de temas polêmicos que serão debatidos pelo congresso, como a reforma da Previdência. Nas poucas vezes em que citou as reformas, Lula foi vaiado pela esquerda e aplaudido pela Articulação.

Para preparar o terreno para a transformação da CUT em uma central governista, o presidente repetiu falas bastante usadas no último período, como “É preciso unir todo mundo” ou “Temos de ter paciência”. Para conquistar e tranqüilizar os delegados, sobretudo em relação às críticas sobre as reformas e a condução da política econômica, Lula limitou-se ao clichê “É um governo em gestação” e ao risível “As coisas vão mudar…em 2004”.

Desde o início do congresso, a Articulação Sindical procurou mostrar força e impedir que as divergências com o governo ganhassem visibilidade. Mas não teve sucesso. Depois da fala de Lula, um grupo de servidores públicos e da esquerda da CUT cantou a palavra-de-ordem “Ô Lula, tenha decência, não privatize a Previdência”. O ministro do Trabalho, Jacques Wagner, falou em seguida e foi vaiado por parte expressiva do plenário.

Após a votação do regimento do Concut, na parte da manhã, os delegados acompanham na parte da tarde a apresentação das teses sobre conjuntura nacional e internacional.