No dia 13 de julho, ocorreu no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, a abertura oficial dos jogos Pan-Americanos. Cerca de 90 mil pessoas compareceram ao evento, revelando que, apesar do verdadeiro caos social presente em nosso país e no Rio, a população prestigia a realização dos jogos.

Mas o grande fato da abertura não foi a presença massiva da população nem a qualidade do espetáculo. Foi a estrondosa vaia recebida pelo Presidente Lula, em seis oportunidades diferentes no decorrer da cerimônia.

A vaia demonstra que a empolgação da população com a realização dos jogos em nosso país não pode ser confundida, como quer a grande imprensa, ao apoio desta mesma população aos governos ou à satisfação com a terrível situação econômica e social enfrentada pela classe trabalhadora brasileira.

Outro elemento de destaque foi à vaia recebida pela delegação dos Estados Unidos, relevando que, junto ao desgaste de Lula, existiu também um repúdio da maioria dos presentes às políticas do imperialismo para o Brasil e América Latina.

Ato contra a violência policial e as reformas neoliberais pára o centro do Rio de Janeiro
O protesto contra o governo, porém, não aconteceu somente dentro do Maracanã. Nas principais ruas do centro do Rio, trabalhadores do campo e da cidade, sem-teto e estudantes realizaram uma passeata contra as reformas neoliberais de Lula, com destaque para a reforma da Previdência, que está em fase de preparação pelo governo federal. Outro eixo da manifestação foi a denúncia da violência policial desferida contra as comunidades carentes do Rio pela Polícia Militar e pela Força Nacional de Segurança.

Desde às 11h, entidades como a Conlutas, a Intersindical, o MST, a Conlute, vários sindicatos e distintas organizações dos movimentos sociais, se concentraram em frente à sede da Prefeitura, respondendo ao ataque do prefeito César Maia. Ele vem insinuando em entrevistas à grande imprensa que as entidades que organizaram o protesto defendem o tráfico de drogas e o crime organizado.

Por volta das 14h, começou uma passeata com cerca de 1.500 pessoas, que, muito animada, fechou uma das pistas da avenida Presidente Vargas, seguindo pela avenida Rio Branco, que ficou completamente tomada pelos manifestantes.

A verdadeira “maratona pan-americana” de protestos culminou com um ato político na Cinelândia por volta das 17h. Por onde passou, a passeata recebeu várias demonstrações de solidariedade e apoio da população.

Manifestação lança nova fase da campanha pela retirada das tropas brasileiras do Haiti
Outro ponto alto do protesto foi a leitura da “Carta ao povo haitiano”, entregue às entidades de luta do Haiti – principalmente à Batay Ouvriye -, pela delegação enviada pela Conlutas àquele país.

O companheiro Antonio Donizete Ferreira, o Toninho, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) e um dos coordenadores da delegação, leu a carta e chamou todos os presentes a se engajar na campanha pela retirada das tropas da ONU do Haiti, chefiadas pelo governo brasileiro.