Tão logo as imagens do helicóptero incendiado foram ao ar, o comando da polícia e os governos estadual e federal apressaram-se em anunciar medidas para combater a violência no Rio. Inúmeros discursos e um só objetivo: aumentar o poder de fogo e a repressão da polícia.

O governador Sérgio Cabral (PMDB) anunciou que a PM vai receber R$ 100 milhões do governo federal para equipar a polícia. O ministro da Justiça, Tarso Genro, ofereceu um novo helicóptero blindado e a ajuda da Força Nacional de Segurança.
A fala mais expressiva, contudo, partiu do próprio presidente Lula. Em declaração de apoio a Cabral, ele disse que ajudaria no que fosse preciso para “limpar a sujeira que essa gente impõe ao Brasil”. O verbo “limpar” utilizado pelo presidente não foi mera oratória. Expõe de forma clara o objetivo do Estado e das forças de segurança no Rio: impor uma política de limpeza social, expulsão e extermínio dos pobres pela força.

Política esta que já está sendo implementada. A fim de garantir a tranquilidade dos moradores da Zona Sul, a PM expulsa os traficantes para outros bairros mais pobres.

Olimpíada
O motivo da resposta rápida e o teor fascistoide das declarações das autoridades são evidentes. Trata-se de manter o clima de euforia da campanha promovida pelo governo para a Olimpíada de 2016. E, mais ainda, garantir segurança ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e às empresas que investirão nos Jogos.

Não foi por menos que Sérgio Cabral se apressou em tranquilizar o COI. “Dissemos ao COI que essa não é uma ação simples, eles sabem disso”, declarou o governador.

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