Após deixar a Argentina, Bush realizou sua primeira visita ao Brasil. Como no país vizinho, o presidente norte-americano teve que enfrentar dezenas de protestos. Contrariando o sentimento que vinha das ruas, Lula fez questão de recebê-lo com toda pompa. Até mesmo um churrasco foi servido à delegação dos EUA.

Bush não poupou elogios a Lula. Disse em entrevista ao Estado de S.Paulo, que o governo brasileiro “é importante” pois está “numa posição capaz de influenciar os países do hemisfério”. Também não esqueceu de agradecer ao petista pela ocupação que o exército brasileiro lidera no Haiti.

Parceria na Alca
Mas, o tema principal do encontro foi a retomada das negociações da Alca. Lula defendeu como condição para a retomada das negociações a redução dos subsídios concedidos pelo governo dos EUA aos seus agricultores. Bush disse que os EUA estão dispostos a reduzir os subsídios se, ao mesmo tempo, os países da União Européia reduzirem os seus.

A declaração de Bush fez a alegria dos representantes do governo brasileiro.
Segundo o ministro Luiz Fernando Furlan, esse é o tema que “mais interessa ao Brasil”, leia-se aos grandes fazendeiros. Já o assessor especial Marco Aurélio Garcia declarou que o fim dos subsídios é uma forma de pressionar os europeus “a fazer um gesto na mesma direção”. Assim, Bush conseguiu o apoio do governo petista para pressionar os países imperialistas da Europa para que estes também reduzam seus subsídios.

Bush formou uma espécie de parceria com Lula rumo à Alca. O próximo passo dessa política vai se dar na rodada Doha, que será realizada em dezembro. Como Lula mesmo disse a Bush “vamos trabalhar juntos em Doha e ver como vai, depois vamos continuar trabalhando no Acordo de Livre Comércio das Américas”.

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