Lula diz, nos EUA, que fez a lição de casa, exigida pelo FMIA viagem do presidente Lula aos EUA foi mais um triste capítulo da política entreguista protagonizada pelo governo. Acompanhado por ampla comitiva e cerca de oito ministros, Lula foi recebido por mega-empresários e investidores norte-americanos – entre eles representantes do Citigroup, General Motors, McDonald’s, Microsoft, Motorola e Morgan Stanley.

O presidente viajou para dizer que o Brasil está à venda. “Estamos aqui para conversar, para mostrar o que estamos fazendo, para falar com vocês sobre o que já fizemos e para convencê-los de que o Brasil é um bom negócio”, declarou diante de uma platéia de mais de 500 capitalistas, reunidos em um dos luxuosos salões do Hotel Waldorf Astoria, em Nova York.

Lula está preocupado com a crescente desconfiança dos investidores norte-americanos em relação ao desempenho do seu governo. Por isso, apresentou um balanço positivo reafirmando que fez direitinho o dever de casa exigido pelo FMI. Afinal, desde que assumiu, se comprometeu em pagar a dívida externa, implementar a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e aplicar as reformas neoliberais, como a da Previdência. É mais um símbolo desse governo que a viagem coincida com a aprovação na Câmara do salário mínimo vergonhoso de R$ 260, aplaudido pelos ianques.

Enquanto Lula discursava para os empresários norte-americanos, os jornais anunciavam, mais uma vez, que o país cumpriu com folga a meta do superávit primário. De janeiro até junho deste ano, foram desviados R$ 38,268 bilhões dos investimentos em infra-estrutura, das verbas dos serviços públicos e da reforma agrária para o pagamento da dívida. Valor superior ao exigido pelo FMI, que previa R$ 32,6 bilhões para o período.

Portanto, a razão da desconfiança dos investidores imperialistas não está no questionamento da capacidade de submissão desse governo. O problema é outro. Diante do enorme descontentamento dos trabalhadores, expresso nas manifestações e na queda de popularidade do governo, os investidores perguntam se isso não poderia comprometer a implementação de mais reformas neoliberais, como a Sindical e a Trabalhista. Para responder a essa questão, o presidente declarou: “Se dependesse de medo político, não teria feito a reforma da Previdência (…) porque me confrontei com minha origem política que era o movimento sindical”.

Lula não nega: é traidor e age como mercador, oferecendo de bandeja a soberania do país e os direitos dos trabalhadores nos fartos banquetes dos capitalistas norte-americanos.

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