No dia 21 de março, Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial, o presidente Lula indicou a petista Matilde Ribeiro para dirigir a Secretaria Nacional de Combate ao Racismo, atendendo uma antiga reivindicação do movimento negro.
Contudo, como tem se tornado marca registrada do governo, o anúncio acabou frustrando as expectativas de muita gente, na medida em que o presidente evitou apresentar qualquer proposta prática — particularmente em relação às cotas, uma das promessas de campanha — para combater o racismo.

A postura evasiva de Lula e do ministro da Educação, Cristóvam Buarque, pode ser um sintoma de que teremos mais uma secretaria “pra inglês ver”. Afinal, como o governo petista pretende investir em políticas públicas para negros e negras, privilegiando o pagamento das dívidas interna e externa e os acordos com o FMI? Como será possível combater o racismo em estreita aliança com representantes dos que sempre se beneficiaram com esta prática?

Não podemos “tapar o sol com a peneira” e pedir para que negros e negras aguardem pacientemente, enquanto são massacrados na periferia e vitimados pelo subemprego. Por estas e outras, o movimento negro deve manter a sua completa independência diante do governo e continuar se mobilizando. Este é único caminho para arrancar conquistas.
Post author Wilson H. da Silva,
pela Secretaria Nacional de Negros e Negras do PSTU
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