Metalúrgicas, professoras, petroleiras, trabalhadoras da construção civil, bancárias, servidoras públicas e muitas outras não passaram despercebidas 
no dia 11 de julho. Cada uma a sua maneira, somaram forças e confirmaram o que os números dizem: já são quase  metade entre os trabalhadores. Algumas
pela primeira vez fizeram uma greve, outras foram ao primeiro protesto. Com cartaz ou bandeira deram seu recado. “É por isso que estou aqui. Para pedir
que o governo faça mais investimento em saúde e educação”, disse Gleice, metalúrgica da Zona Sul de São Paulo. “A gente tá lutando por uma por um ideal
para todo mundo, sobre as 40h [semanais de jornada de trabalho], não às terceirizações, por que isso é a pior coisa que existe. Eu sou terceirizada e isso não
é bom”, disse uma operária metalúrgica do ABC à TV PSTU no momento que em protestava na Av. Paulista; A falta de investimento em educação
e saúde causa um drama particular às mulheres, porque são elas que têm responsabilidade pelos filhos e cuidados da família. A ausência de creches impede que  elas trabalhem e seus filhos tenham acesso à formação. A falta de investimentos no SUS impede uma política de saúde que atenda a mulher na sua integralidade A professora Gabriela, na Avenida Paulista, levava uma  faixa do Movimento Mulheres em Luta (MML), exigindo de Dilma o veto à “Bolsa Estupro”, que é parte do projeto do Estatuto do Nascituro, atualmente em debate no Congresso Nacional. Este projeto pretende dar uma bolsa para a mulher que for estuprada seguir com a gravidez resultante dessa terrível violência. “É um projeto que afeta muito as trabalhadoras, pois são elas
que vivem nas periferias e são obrigadas a transitar por ruas sem iluminação outomar o transporte coletivo lotado para voltar para casa”, disse Camila Lisboa,
metroviária e também do MML.
São muito motivos para as mulheres protestarem. Elas possuem os piores salários, estão principalmente nas profissões menos desvalorizadas e menos remuneradas. Em média, a mulher  branca chega a ganhar até 30% menos que um homem branco para fazer um mesmo trabalho, enquanto a mulher
negra ganha a metade do salário de um homem branco. As mulheres ainda têm de cumprir em média duas horas diárias de trabalho doméstico. Uma atividade não remunerada, cotidiana, repetitiva e muito importante, mas completamente desvalorizada.
A combinação entre machismo e capitalismo faz com que elas estejam entres os setores mais explorados. Por isso o rebaixamento das tarifas de transporte,
em razão das mobilizações de junho, foi extremamente importante para as mulheres, pois são elas que ganham menos. Mas a luta não para por aí, é preciso também um transporte de qualidade e seguro, já que muitas são violentadas e assedias nos metrôs, trens e ônibus das grandes capitais. Os governos do PSDB nunca atenderam as mulheres trabalhadoras. Dilmae o PT foram a esperança de muitasmulheres em ver seus direitos atendidos.Ao contrário da sua  promessa, de “honrar as mulheres”, é no governo daprimeira mulher que está na Comissãode Direitos Humanos do Congresso, sem nenhuma oposição da presidenta, o deputado MarcoFeliciano (PSC). Alémde racista e homofóbico, ele defende que asmulheres não tenhamos mesmos direitos queos homens. Nas mobilizações, as mulheresderam uma demonstraçãode que frágeis são as promessas dogoverno. Elas mostraramque, quando unidas com os homens
trabalhadores, são muito fortes e podemser decisivas. No dia 30 de agosto, a classe trabalhadoravai novamente parar o Brasil.As mulheres trabalhadoras estarão lá.
Exigiremos uma política econômica a serviço dos trabalhadores e a seguintepauta de reivindicação:
– Aumento geral de salários. TrabalhoIgual para Salário Igual!
– Fora Feliciano!
– Fim da violência, assédio e estupro
nos transportes públicos
– Aplicação e Ampliação da Lei Maria
da Penha! Punição dos Agressores.
Construção de Casas-abrigo
– Não ao Estatuto do Nascituro. Dilma,
vete o Bolsa Estupro!
– Anticoncepcionais para não abortar,
aborto legal seguro e gratuito para
não morrer!
– Creches públicas, gratuitas, em
período integral, para todos os filhos
da classe trabalhadora!

Post author Ana Pagu, Secretaria Nacional de Mulheres do PSTU
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