Depois de editar a medida provisória liberando os trangênicos, o governo Lula colocou o deputado Darcísio Perondi (PMDB), da bancada ruralista, para ser o relator do Projeto de Biossegurança. O objetivo do governo era aprovar na Comissão o projeto que libera o plantio e a comercialização de produtos transgênicos no país.

A maior produtora mundial de sementes transgênicas, a multinacional Monsanto, é a principal beneficiária dessa medida. A Monsanto produz a semente de soja Round Ready. Essa semente é resistente ao potente herbicida Glyphosate, produzido pela própria Monsanto. Desta forma, a multinacional fatura duas vezes, com a venda da semente e com a do herbicida. Isso também garante que a empresa detenha o monopólio do setor, tendo nas mãos os pequenos produtores.

O Glyphosate foi desenvolvido do Agente Laranja, utilizado pelos Estados Unidos na guerra do Vietnã. O Glyphosate pode se combinar com os nitratos do solo dando origem a uma substância causadora de câncer no fígado, o Nitrosoglyphosato.

A União Européia, tentando acalmar a opinião pública contra os produtos transgênicos, exigiu a identificação no rótulo dos produtos importados modificados geneticamente. As empresas norte-americanas denunciaram que a decisão “discriminaria” seus produtos, configurando “tratamento desigual”. Com a Alca, toda e qualquer regulamentação não estará nas mãos das autoridades brasileiras, mas sim em um tribunal “supranacional”. Ou seja, o mercado brasileiro para os produtos transgênicos estará totalmente aberto.

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