Daniel Sugasti

Um novo ato de barbárie perpetrado pelo Estado de Israel choca o mundo. O exército sionista abriu fogo contra uma manifestação de milhares de palestinos na sexta feira passada, assassinando 17 jovens e ferindo outros 1.400.

A indignação aumenta ao tomar conhecimento de mais vídeos sobre esse horrendo massacre, como o que capta o momento em que Abdelfatá Abd al Nabi, um jovem de 18 anos que corria em direção oposta às valas fronteiriças, é abatido pelas costas por um franco atirador israelense.

Isso é Israel. Um Estado racista e genocida. Um enclave militar do imperialismo em meio a uma região que quer continuar saqueando.

Condenamos este massacre atroz. Estamos ao lado dos palestinos em sua luta contra o invasor sionista. Sua luta é nossa luta.

O povo palestino, principalmente o da Faixa de Gaza, foi às ruas para reivindicar o direito ao retorno dos milhões de refugiados que a ocupação sangrenta de seu território por parte do Estado de Israel deixou.

Milhares se aproximaram da fronteira e foram recebidos com balas sionistas. A “Marcha do Retorno”, por sua vez, foi o início de um processo de luta que durará ao menos até a data da Nakba [catástrofe], em 14 de maio, que em 2018 marcará os 70 anos da usurpação por parte do Estado de Israel.

O Primeiro Ministro israelense, Benjamín Netanyahu, respondeu às críticas provenientes de todo o mundo aprovando a atuação de seu exército em Gaza: “Israel atua com firmeza para proteger sua soberania e sua segurança”. É a resposta clássica deste carniceiro. Para Israel, não houve vítimas civis nem muito menos crianças e adolescentes. Houve “terroristas de 18 e 30 anos”.

A ONU, como sempre a serviço do imperialismo e de seu enclave sionista, apesar de seus lamentos “humanitários” protocolares, lavou as mãos. António Guterres, seu secretario geral, pediu “contenção” a ambas as partes, além de evitar medidas que “possam por civis em perigo”. Mesmo existindo imagens que mostram que os civis estavam somente no lado palestino, e que estes foram massacrados por um exército profissional, que usou franco atiradores, artilharia, drones, gases…a ONU pede “contenção a “ambas as partes”! A hipocrisia imperialista não tem limites.

Mas a indignação cresce. Em cidades palestinas da Cisjordânia como Ramala, Belén, Hebrón, Nablus ou Jericó, estão acontecendo manifestações e protestos. É imprevisível o que pode ocorrer até a Nakba, mas o certo é que a dinâmica de mobilização está em marcha. Existe uma nova vanguarda palestina, decidida, valente, sem nada a perder. Uma juventude pobre que já demonstrou estar disposta a continuar a luta contra a usurpação sionista.

A partir da LIT-QI apoiamos incondicionalmente a luta histórica do povo palestino. É necessário vingar estes novos mártires. É urgente organizar manifestações contra este novo massacre, expressando solidariedade com o povo palestino em todos os países.

Somos pela destruição do Estado sionista de Israel e lutamos por uma Palestina unida, laica, democrática e não racista em todo o seu território histórico. Esta causa deve ser abraçada por toda a classe operária e por todos os povos do mundo.

Toda vitória dos palestinos é uma vitória dos explorados e oprimidos de todos os países. Em especial, esta é a causa dos povos do Oriente Médio, que devem superar suas direções e se levantar contra Israel, uma fortaleza do imperialismo a serviço da contrarrevolução e o saque de seus recursos. Não há saída nessa região sem derrotar Israel. A heroica luta do povo palestino mostra o caminho!

Tradução: Lilian Enck