Violência no campo cresce no governo LulaSegue indefinida a situação de Jaime Amorim, coordenador do MST em Pernambuco. Ele e outros cinco integrantes do movimento tiveram prisão decretada no dia 31 de janeiro, pela ocupação da usina Estreliana.

No dia 8, após manifestações dos sem-terra, o mandado de prisão foi revogado e o agricultor José Bernardo Sena, único preso, foi libertado. Mas uma delegada solicitou novamente a prisão preventiva de Amorim e mais sete pessoas.
A perseguição a Amorim não é um evento isolado. No governo Lula, o campo tem sido marcado por grande violência e impunidade, a exemplo da morte dos fiscais do trabalho em Unaí e da chacina dos sem-terra em Felisburgo.

No dia 12, o assassinato de Dorothy Stang completou um ano. A ativista da reforma agrária foi morta em nome dos interesses de madeireiros e latifundiários da região de Anapu, no Pará, o estado mais violento quanto a conflitos agrários. Nem mesmo a repercussão internacional foi suficiente para que os mandantes fossem punidos. Apenas jagunços foram condenados.

As mortes no campo nos tempos de Lula superam as de seu antecessor. Dados preliminares da Comissão Pastoral da Terra (CPT) revelam que no ano passado foram assassinados 37 trabalhadores rurais e ativistas. Em 2004 morreram 39 pessoas e 73 em 2003. Um total de 149 mortes, contra 117 no segundo mandato de FHC.

A criminalização da luta no campo se agravou neste governo. Em 2003 e 2004, a CPT registrou um aumento de 10,8% no número de prisões e de 5,5% no de famílias despejadas. Em 2004, o número de conflitos no campo foi o maior em 20 anos.

Tanta repressão encontra explicações na política de reforma agrária de Lula. A meta do governo para 2005 era assentar 115 mil famílias, mas o número atingido foi de apenas 25.951. Essa realidade vergonhosa é resultado dos benefícios concedidos pelo governo aos latifundiários e ao agronegócio – a violência é maior nos locais onde essa atividade se expande.

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