Goleiro Bruno presta depoimento da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas
Dani Bornia, da Secretaria Nacional de Mulheres do PSTU

No dia 21 de fevereiro foi expedida pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma liminar concedendo liberdade ao ex-goleiro Bruno Fernandes, condenado por matar em 2010 a ex-namorada Eliza Samudio. Em 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza e também pelo sequestro e cárcere privado do filho. Segundo decisão, o goleiro poderá ficar em liberdade enquanto o recurso contra a condenação não é julgado.

A libertação de Bruno é um escândalo jurídico frente aos milhões de presos que estão sem julgamento e continuam na prisão, como Rafael Braga, preso em 2013 por portar pinho sol.

Para além disso, libertar esse assassino às vésperas do Dia Internacional de Luta das Mulheres, é uma verdadeira provocação. Mesmo após 11 anos da Lei Maria da Penha, o problema da violência está longe de ser resolvido.

No Brasil, entre 1980 e 2010, 91 mil mulheres foram assassinadas. Com isso, ocupamos a 7° posição, entre 84 países, em relação aos elevados índices de feminicídios. Na prática, a cada uma hora e meia, uma mulher é assassinada. O crescimento dos casos de feminicídios, estupros e assédios, etc., fruto da degradação social provocada pela decadência capitalista, têm levado as mulheres no mundo todo a protagonizar enormes lutas.

No próximo dia 8 de março, mulheres de várias partes do mundo sairão às ruas para protagonizar um enorme dia internacional de luta contra o machismo, a violência e a retirada de direitos. Seguindo o exemplo de manifestações recentes como a greve de mulheres na Polônia contra a restrição ao aborto e a greve contra a violência de gênero na Argentina, ativistas de 30 países estão organizando uma greve internacional de mulheres.

Vamos às ruas neste dia 8 dizer não à reforma da Previdência e trabalhista, exigir punição exemplar aos agressores e atenção às vítimas, investimento público em programas de enfrentamento à violência contra as mulheres, a construção e a manutenção de centros de referência, casas abrigo e campanhas massivas de combate ao machismo. Também é preciso exigir a desmilitarização da PM e combater a criminalização dos movimentos sociais.

Para acabar com a violência contra as mulheres também são necessárias medidas que vão na direção oposta aos ataques aos direitos promovido por Temer. Medidas como políticas públicas de distribuição de renda, criação de empregos formais, acesso à moradia, salários dignos e garantia de direitos sociais e previdenciários. Além de campanhas educativas e de conscientização contra o machismo.

Nem uma a menos, nenhum direito a menos!

Greve Geral contra as reformas da Previdência e trabalhista e a violência contra as mulheres!