Policiais uruguaios prendem manifestante
Indmedia Uruguai

No dia 9 de novembro, enquanto se celebrava na Argentina a Cúpula das Américas da OEA, com a presença de Bush, o centro de Montevidéu (capital do vizinho país Uruguai) viu eclodir mais uma manifestação contra a presença de Bush no nosso continente e a submissão dos governos locais ao imperialismo, como aconteceu na Argentina e no Brasil.

A passeata, que começou às 16 h, também denunciava a assinatura do Tratado de Livre Comércio, celebrado durante a Cúpula entre o governo uruguaio e o dos Estados Unidos. O presidente Tabaré Vázquez, há oito meses no governo, foi eleito pelos setores explorados do Uruguai como um símbolo da mudança, encabeçando uma Frente Popular que se apresenta como “de esquerda”, assim como Lula. Contudo, não demorou em mostrar seu papel submisso frente à política colonialista do imperialismo.

Uma hora depois de iniciada a marcha, os manifestantes passavam em frente a instituições bancárias estrangeiras, símbolos da exploração imperialista na América Latina, aproveitaram para manchar as fachadas com tinta vermelha. Nesse momento, a polícia e agentes vestidos de civil começaram a desatar uma brutal repressão, disparando armas de fogo, atropelando os manifestantes com motos e agredindo-os com tábuas e pedras.

Muitos foram cercados, derrubados e violentamente agredidos depois de dominados. Mesmo depois de dispersada a manifestação, a polícia e o juiz que posteriormente se encarregou do caso, percorriam o Centro, caçando jovens, que eram imediatamente detidos, tivessem participado ou não da passeata. Dezesseis pessoas foram presas. No hospital, manifestantes ficavam algemados junto às camas enquanto eram atendidos.

Passado um mês, a justiça uruguaia ainda mantém quatro presos acusados de sedição – enquadramento político que se baseia numa lei que sequer foi utilizada durante a ditadura. O “crime” prevê de 2 a 6 anos de regime fechado. Para reforçar a condenação, o juiz chegou a apontar o caráter antiimperialista e anticapitalista dos organizadores da marcha como agravante. Entre os presos, há duas mulheres feridas pela repressão.

O juiz e a polícia contaram com o apoio explícito do governo que, através da declaração de vários ministros, defenderam as prisões políticas. Os presos estão sendo considerados reféns, pois foram ameaçados de isolamento e transferência em função da continuidade das mobilizações. A repressão desencadeada é uma forma de o governo uruguaio mostrar ao imperialismo sua subserviência e de tentar intimidar qualquer iniciativa de resistência. Mas o governo obteve, como resultado, marchas cada vez maiores contra ele.

Dezenas de organizações sindicais, populares, de bairro e políticas vêm organizando uma intensa campanha pela libertação dos presos políticos do governo Tabaré Vázquez. Três manifestações já foram realizadas com a participação de milhares de uruguaios. A liberdade dos presos políticos uruguaios só será conquistada com a continuidade dessa luta. Coordenada pela ‘Plenária Memória y Justicia´ (organização de direitos humanos que defende o processamento de militares assassinos e torturadores da ditadura uruguaia), a campanha está solicitando o envio de e-mails para as autoridades judiciais e governamentais.

Quem são os presos políticos:
Cláudio Piñeyro, 24 anos, militante estudantil e sindical (Sindicato do Táxi).
Ignácio Corrales, 20 anos, militante estudantil.
Lílian Bogado, 50 anos, trabalhadora da saúde e militante sindical, teve o braço quebrado pela repressão.
Fiorella González, 21 anos, militante social, sofreu um corte na cabeça.

As moções pedindo a libertação dos prisioneiros podem ser enviadas para os seguintes e-mails:

Dr. Tabaré Ramón Vázquez Rosas
Presidente de la República Oriental del Uruguay

Dr. Daniel Ibérico Gutiérrez Proto
Ministro Presidente de la Suprema Corte de Justicia

Dr. José Díaz
Ministro del Interior de la República Oriental del Uruguay

Comisión de Derechos Humanos de la Cámara de Representantes
Sra. Beatriz Argimón, Sra. Daniela Payssé; Sr. Guillermo Chifflet; Sr.
Gustavo Espinosa, Sr. Gonzalo Novales, Sr. Edgardo Rodríguez.

[email protected]
[email protected]
[email protected],
[email protected],
[email protected],
[email protected],
[email protected],
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  • Maiores informações
    http://es.geocities.com/presospoliticosuruguay