A prisão dos manifestantes ligados ao Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) pela ocupação da Câmara dos Deputados, em 6 de junho, é mais um exemplo da criminalização dos movimentos sociais que vem sendo constante no governo Lula.

Naquele dia, cerca de 550 pessoas foram presas e levadas a um ginásio, entre elas mulheres e menores de idade. Na penitenciária da Papuda, em Brasília, ainda permanecem detidos 42 manifestantes, para os quais foi decretada prisão preventiva.
No dia 20 de junho, a Polícia Federal pediu ao Ministério Público o indiciamento de outros 73 integrantes do MLST. Ao todo, 115 militantes são acusados de vários crimes. Os acusados podem pegar até 15 anos de prisão.

Além das prisões e indiciamentos, o MLST ainda conta que os presos sofreram maus tratos. No dia 14 de junho, a coordenação do movimento encaminhou uma denúncia à Secretaria Especial de Direitos Humanos, relatando abusos e maus tratos cometidos pela PM e pela Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados contra os presos. Tais ações teriam ocorrido no primeiro dia da prisão, quando eles ainda estavam no ginásio.

Como se vê, as prisões e investigações são aplicadas a ferro e fogo sobre os movimentos sociais. Por outro lado, as centenas de parlamentares envolvidos em escândalos do mensalão ou da máfia dos sanguessugas estão livres e devem disputar as próximas eleições para continuar sugando a máquina pública.

A “ordem“ defendida por todos aqueles que condenaram a ação do MLST é aquela que mantém os mesmos corruptos no poder, o latifúndio e o lucro dos banqueiros, às custas da miséria da maioria da população. Lula, o governo e o Congresso são os verdadeiros responsáveis pelo ocorrido na Câmara no dia 6.

As ações daquele dia tiveram um caráter ultra-esquerdista, pois foi descolada dos assentamentos e das ocupações, e apenas forneceu desculpas para a direita atacar a luta pela reforma agrária. Independente disso, o PSTU apóia a luta dos sem-terra pela reforma agrária, luta contra a criminalização dos movimentos sociais e exige a libertação dos companheiros.

Nesse sentido, é necessário organizar uma campanha pela imediata libertação dos sem-terras que estão presos. O primeiro passo nesse sentido foi a realização de um ato político em Brasília, no ultimo dia 21. Nele estiveram várias organizações sindicais e partidárias, como a Andes, Condsef, Fenasps, Intersindical: Metalúrgicos de Campinas, Limeira, Santos (diretoria eleita), Conlutas, MST, MLST, CPT, PSTU, P-SOL, entre outras organizações.

A Conlutas publicou uma nota exigindo a libertação dos companheiros e, com outras entidades, prepara agora uma campanha nacional. É necessário estender essa luta para todo o país. Chamamos todos os ativistas e lutadores a denunciar o ataque do governo Lula aos movimentos sociais e defender a libertação dos militantes sem-terra do MLST.

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