Os textos publicados no jornal Ferramenta de Luta, da oposição na Volks ligada à Conlutas, estão abaixo. O jornal foi distribuído antes da assembléia deste 14 de setembro.

Proposta de 1,4 é válida só para os 1.500. Os demais pegam 0,8. Vamos rejeitar!

Muitos companheiros estão achando que a proposta de 1.4 é para quem se inscrever no PDV, mas, isso não é verdade.

O 1.4 é só para os primeiros 1500, sendo que 1300 para novembro e 200 ficarão na geladeira. Além disso, terão que atender os critérios da empresa, como nível salarial e tempo de casa. Os demais que pegarem o PDV receberão 0,8.

Essa proposta é muito ruim e desigual, já que uns pegam 1.4, enquanto outros pegam 0.8, 0.6, 0.3 etc. Vamos rejeitar essa proposta e vamos construir outra que não passe pela demissão.

Proposta negociada é a mesma de Taubaté!
Diga não às demissões e à retirada de direitos

A proposta apresentada pelo Vagnão segue mesma essência do acordo feito em Taubaté. Isto é, a empresa mantém as demissões, retira direitos, prejudica quem tem doença profissional, mantém o conceito de retrabalho, aumenta em 100% o valor do plano médico, retoma o banco de horas quando faltar peças e impõe o PDI (Plano de Demissão Indicada).

E, além disso, a cada ano será a mesma agonia para os que ficam, pois a intenção é demitir mais 1.200 trabalhadores no ano que vem e mais 600 em 2008, completando assim as 3.600 demissões que a VW queria.

Assim, vemos que esta é a mesma proposta que foi aceita em Taubaté, com o diferencia no valor do pacote, que é de 1,4.

A proposta da Volks é desumana, principalmente, com os companheiros que adquiriram doença profissional, pois os jogam para fora da fábrica e dão um pacote especial.

Com essa proposta a VW e o Sindicato estão passando por cima da lei, que dá garantia de emprego até a aposentadoria. Então, por tudo isso, na quinta-feira vote NÃO na proposta negociada pela Volkswagen e a direção do Sindicato.

É possível construir outra saída com luta

A luta mostrou que é possível construir outra saída, tanto que a proposta inicial da empresa era outra.

A Volks só suspendeu as demissões e o Governo só suspendeu o empréstimo do BNDES depois da greve dos trabalhadores e da pressão feita pela Oposição e pelo Ferramenta. Mas, se dependêssemos da direção do Sindicato, iríamos nos dar mal, pois com certeza eles mudado a tática e talvez nem essa proposta existisse.

A paralisação da planta Anchieta obrigou a VW a dar coletivas por falta de peças em Taubaté e São José dos Pinhais. Isto também aconteceria nas autopeças da região, como na Arteb, Kostal, ex-Metal Leve, etc.

A solidariedade que despertou em toda a classe trabalhadora é outro elemento positivo que surgiu durante nossa mobilização.

Enfim, tudo isso indica que é possível enfrentar a empresa e ganhar a parada. A direção deve fazer um fundo de greve.

Na Bélgica os trabalhadores lutaram contra a Renoir e ganharam. Na França, a luta contra as demissões obrigou o Governo a reduzir a jornada de trabalho para 35 h semanais.

O nosso movimento, com cinco dias de greve fez a Volkswagen apresentar outra proposta. Isso mostra que é preciso luta e mobilização.

Direção da empresa falta com a verdade quando diz que a Volks está em crise

A matéria do jornal Folha de São Paulo do último dia 09 de setembro com o título “Volks mundial afirma que Brasil vai bem” mostra que a empresa mente quando diz que está em crise. Veja a matéria abaixo.

A direção do Sindicato, ao fazer o acordo, mostra que concorda com as demissões e só discordava da forma que a empresa estava fazendo. E, para piorar, o Sindicato aceita que a empresa retire direitos dos trabalhadores.

A direção do Sindicato do ABC só está preocupada em garantir o emprego do Lula. Foi por isso, que o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e a Ministra das Minas e Energia, Dilma, vieram negociar o acordo.

Os dois só compareceram à fábrica porque o movimento ganhou dimensão nacional e começou a ser debatido nos programas eleitorais.

Esse era o melhor momento para fazer o debate sobre o emprego, mas, a direção sindical preferiu negociar um pacote que aceita demissões, ao invés de enfrentar o debate.

Volks mundial afirma que Brasil vai bem

ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo

Em conversa com analistas na última segunda-feira, em Londres, o comando do grupo Volkswagen disse que há previsão de “forte demanda“ por veículos da marca na América do Sul, com uma “bem-sucedida mudança nos rumos“ da empresa na região. Afirma ainda que “as vendas aos consumidores no Brasil têm crescido“. De janeiro a junho, a montadora vendeu 4,3 bilhões nos países da América do Sul mais a África do Sul. O valor é 42,2% superior ao do mesmo período de 2005, segundo a “apresentação estratégica“ divulgada no encontro.

A taxa de crescimento é a maior da multinacional alemã entre todas as áreas em que opera –Europa, América do Norte, Ásia/Pacífico.

O lucro operacional da Volks na América do Sul e África do Sul cresceu 53,2% no primeiro semestre –a melhor taxa para todas as regiões analisadas– e atingiu 144 milhões ao final de junho. Não há indicadores de vendas apenas de Brasil.

Os dados fizeram parte da exposição a analistas coordenada pelo presidente do grupo Volkswagen, Bernd Pischetsrieder, e por seu diretor financeiro, Hans Dieter Poetsch.

Clique aqui para ler matéria da Folha na íntegra

Manter a luta e exigir de Lula a estatização da Volks sobre o controle dos trabalhadores

Temos que rejeitar a proposta da empresa e manter a luta até que os patrões recuem, caso contrário, vamos exigir que o Governo nacionalize a empresa sob o controle dos trabalhadores.

Isto porque o dinheiro que a empresa pegou emprestado nesses últimos anos e , que ainda não pagou, pertence aos trabalhadores, portanto, devemos confiscar as máquinas.

É mentira que a Volks quer sair do Brasil, mas, se quer ir realmente embora, que vá.

Podemos transformar a Volkswagen em uma empresa verdadeiramente brasileira de automóveis, fazendo carros baratos e mantendo os empregos dos trabalhadores. Por isso, nesta quinta-feira, vote NÃO ao acordo e vamos melhorar a proposta, para que ela que sirva para todos.

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