Coordenação de Luta dos Movimentos Populares realizou encontro no dia 28 de janeiro, durante o Fórum Social MundialO encontro, no Instituto de Educação Flores da Cunha, em Porto Alegre (RS), contou com mais de 120 participantes e com adesões de novos movimentos à coordenação nacional, elegeu a nova direção, votou um plano de lutas e a data de um novo encontro nacional.

O encontro contou com quatro mesas de debate e a participação de uma expressiva bancada internacional.

A primeira mesa sobre os movimentos sociais na América Latina teve a presença de representantes do Brasil, Argentina e Paraguai.

Os argentinos falaram de sua luta, em especial da experiência dos Piqueteiros (movimento dos desempregados argentinos) e da atual onda de repressão contra o movimento.

Duas organizações estiveram presentes, a FTC (frente dos trabalhadores Combativos), que hoje tem um grupo de companheiros presos na cidade Argentina de Caleta Olívia, e a representante do MIJD (Movimiento independiente de los Jubilados y Desocupados – Movimento independente dos aposentados e desempregados), que teve seu principal dirigente, Raul Castells na prisão no ano passado.

O Companheiro Paraguaio Tomas Sayas, dirigente camponês que foi candidato a presidente da república por uma frente de esquerda chamada Esquerda Unida, desenvolveu a questão das lutas camponesas e populares no Paraguai e terminou falando da necessidade inadiável da unidade internacional dos trabalhadores.
Ainda nesta mesa Marrom, dirigente dos Sem Teto do pinheiro representou o Brasil e falou sobre a luta dos sem teto no país, em especial sobre a resistência dos companheiros da ocupação do Pinheirinho em São José dos Campos.

A mesa seguinte debateu sobre a criminalização das lutas, e contou com a presença de dois advogados militantes, um da Argentina, Mario Villareal, que defende os presos políticos de Caleta Olívia e outro do Brasil, Américo Gomes.

À tarde, realizou-se uma mesa de debate político, com a presença do intelectual Americano James Petras, onde a América Latina e a luta contra o capitalismo e o imperialismo foram amplamente discutidas.

Finalmente, no inicio da noite foi votada a nova coordenação nacional, a preparação de um novo encontro no próximo ano e as atividades centrais da CLMP no próximo período.

Resoluções
O encontro aprovou a integração ao Conlutas, propondo assim a formação de uma entidade que represente não só os trabalhadores ligados aos sindicatos, mas também outros setores da população.

Foram aprovadas outras resoluções, como uma campanha pela libertação dos presos políticos de Caleta Olivia, na Argentina, e a construção de uma jornada de lutas contra as reformas de Lula. Sobre a organização da Coordenação, o encontro aprovou uma aproximação com setores do movimento negro e do hip-hop, visto que a imensa maioria dos ativistas do movimento popular, além da exploração capitalista, é alvo de racismo.

Outra resolução foi a da campanha de defesa da ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), que está sendo ameaçada de despejo pela Justiça e pela polícia de Alckmin. A defesa dessa ocupação, será tema de uma campanha específica, já é alvo da tentativa de reintegração por parte do proprietário, o mega especulador Naji Nahas, que tem o apoio do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).