Coordenação Nacional de Lutas divulga nota sobre crime no ParáA Conlutas repudia o assassinato da Irmã Dorothy e exige imediata apuração do caso

A Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas) manifesta o seu total repúdio ao brutal assassinato da Missionária defensora do movimento rural sem-terra, a irmã Dorothy Stang, de 73 anos. Ela foi assassinada com três tiros no sábado, dia 12 de fevereiro, em uma emboscada no município de Anapú (PA).

Irmã Dorothy, de nacionalidade norte-americana mas naturalizada brasileira, integrava a Congregação das Religiosas de Notre Dame. Participava da CPT (Comissão Pastoral da Terra) desde a sua fundação e acompanhava com firmeza a luta dos trabalhadores do campo, sobretudo na região da Transamazônica, no Pará. Por causa de sua atuação e pela denúncia da ação predatória de fazendeiros e grileiros, irmã Dorothy vinha recebendo ameaças de morte desde 1999.

O assassinato de Irmã Dorothy mostra a situação terrível em que vivem os lutadores dos movimentos sociais no campo. Só no governo Lula já foram assassinados mais de 60 lutadores do campo, conforme dados da CPT. É lamentável constatar que as omissões dos governos federal, estadual e municipal deixam impunes os mandantes e os seus capangas.

Enquanto isso, a reforma agrária no governo Lula anda a passos de tartaruga. A promessa de Lula de fazê-la com uma só canetada virou pó. No país inteiro os trabalhadores continuam acampados e lutando por um pedaço de terra. A Conlutas apóia essas lutas e todas as formas de mobilização dos trabalhadores do campo. Essa é a única forma de se garantir terra para quem nela trabalha.
Por fim, exigimos a imediata apuração do assassinato da irmã Dorothy e a punição exemplar dos assassinos.

Coordenação Nacional de Lutas (CONLUTAS)
15 de fevereiro de 2004