Derrotar o imperialismo e a direita golpista na Venezuela
Construir uma alternativa de poder operário e popular

Os trabalhadores e o povo venezuelano estão derrotando nas ruas a direita golpista. Na última semana, centenas de milhares de manifestantes sairiam às ruas de Caracas. São os trabalhadores dos bairros mais pobres da Capital que estão na vanguarda das marchas contra a greve patronal, as sabotagens e os atentados.
Os trabalhadores e povo pobre também começaram a controlar parte da produção e da distribuição. Em Caracas, a população se organiza nos bairros para garantir a distribuição de gás e gasolina, o reinicio das aulas e auto-defesa. No Estado de Anzoategui, os trabalhadores garantiram o envio de gás para o funcionamento das empresas. No complexo petroquímico de Puerto La Cruz, 60 mil petroleiros colocaram para fora a gerência da PDVSA (estatal petroleira) e tocaram a produção.
A grande imprensa mente, ao dizer que a maior parte da atividade econômica do país está parada, e se vê agora diante de uma encruzilhada, na medida em que não consegue mais esconder o fracasso da greve patronal. Inclusive, setores da burguesia esgotados pelos prejuízos já cogitam o fim do “paro” e uma saída negociada.

BUSH E GAVÍRIA: COM AMIGOS COMO ESSES QUEM PRECISA DE INIMIGOS ?
O golpe de 11 de abril do ano passado foi derrotado por uma insurreição que paralisou e dividiu as Forças Armadas. Desde então, Chávez vem pregando uma saída negociada. Por isso, não deu nenhum passo para realizar mudanças econômicas e sociais. Não deixou de pagar a dívida externa. Seguiu fornecendo petróleo para os Estados Unidos. E não prendeu os golpistas.
Agora, depois de muita crise diplomática formou-se o grupo Amigos da Venezuela. O “mediador” desta negociação é o atual secretário da Organização dos Estados Americanos (OEA), o carniceiro César Gavíria, ex-presidente da Colômbia. O grupo é presidido pelos Estados Unidos e Brasil e formado ainda por Chile, México, Portugal e Espanha, cujo governo apoiou junto com Bush, o golpe de abril. O objetivo explícito do imperialismo com os Amigos da Venezuela não é uma saída negociada, mas a rendição incondicional de Hugo Chávez.
Lula recomendou a Chávez que aceitasse a composição do grupo e este resolveu “dar ao grupo um crédito de confiança”. É lamentável que Lula se submeta ao triste papel de linha auxiliar nas articulações do imperialismo que não tem nada de conciliadoras, mas visam somente fechar a situação revolucionária e retomar o controle da Venezuela.

AVANÇAR COM A REVOLUÇÃO VENEZUELANA
A continuidade da busca de uma saída negociada levará à derrota da revolução e à vitória dos golpistas. A estratégia da direita pró-imperialista é derrubar Chávez, o que não exclui a antecipação das eleições ou até mesmo a imposição de um golpe sangrento. Não nos esqueçamos do exemplo de Salvador Allende!
A primeira tarefa da classe trabalhadora e do povo venezuelano é a derrota da direita golpista. Mas, além disso, é preciso construir uma alternativa de poder operário e popular.

l Prisão imediata e confisco dos bens dos golpistas, sabotadores e conspiradores. Demissão da diretoria da PDVSA;
l Expropriação estatização sob controle dos trabalhadores das empresas da burguesia golpista e dos grandes meios de comunicação;
l Por um Plano Econômico de Emergência: suspensão do pagamento da Divida Externa; congelamento dos preços dos produtos de primeira necessidade, aumento dos salários e estabilidade no emprego;
l Controle operário da produção, das comunicações, do transporte e da distribuição de alimentos e gêneros de primeira necessidade;
l Treinamento militar e entrega de armas às milícias populares sob controle das organizações dos trabalhadores;
l Não às negociações com o imperialismo e a saída eleitoral. Por um governo das organizações operárias e populares.

PSTU
LIT-QI