Na quinta-feira, 7 de julho de 2005, várias bombas explodiram em transportes públicos na cidade de Londres, em horários em que são majoritariamente utilizados por trabalhadores, causando dezenas de mortes e feridos. O atentado foi reivindicado pelo chamado “comando europeu da Al Qaeda”.

A barbárie e o horror da guerra de colonização que Bush e Blair iniciaram há mais de dois anos no Iraque, para assegurar o domínio imperialista de suas grandes reservas de petróleo, agora atinge a capital de um dos países agressores. Como sempre ocorre, os governos imperialistas fazem a guerra e seus trabalhadores sofrem as conseqüências. Por isso, como fizeram os espanhóis em 11 de março de 2004, hoje o povo inglês pode dizer a seus governantes: vocês fazem a guerra, nós colocamos os mortos.

O primeiro-ministro britânico Tony Blair é o principal responsável político pelo que ocorreu. Tentando esconder-se na mentira das “armas de destruição em massa”, Blair e Bush agrediram, invadiram e ocuparam um país muito mais fraco. Agora, tratam de manter essa situação colonial com a ocupação de milhares de soldados e cometendo um verdadeiro genocídio que, mesmo assim, não consegue derrotar a heróica resistência do povo iraquiano, que luta para expulsar os invasores e recuperar sua soberania.

A dor de Blair pelos mortos nos atentados e sua condenação “à violência” estão cheias de hipocrisia. Ele tem as mãos manchadas de sangue de milhares de vítimas iraquianas, pelas quais nunca se lamentou, e também do sangue de centenas de jovens soldados britânicos que mandou à morte para defender os interesses imperialistas.

A LIT-QI defende o direito dos povos iraquiano e palestino de lutar, de armas nas mãos, contra os que invadem seus países, e apoiamos essas lutas. Mas concordamos com a organização palestina Hamas e o partido libanês Hezbollah na condenação a esses atentados. Para nós, trata-se de uma ação duplamente criminosa. Em primeiro lugar, porque, como ocorreu em Madri, no ano passado, o atentado foi dirigido contra os trabalhadores e setores populares ingleses que, de modo majoritário, haviam manifestado sua oposição e seu repúdio à política de seu governo. Em segundo lugar, condenamos esse tipo de ação porque vai contra a necessidade de unir a luta da resistência iraquiana e palestina com a dos trabalhadores dos países imperialistas, como o melhor caminho para derrotar Bush e Blair. Pelo contrário, esses atentados só serão úteis a Blair, que tratará assim de justificar sua agressão contra o Iraque e confundir os trabalhadores e o povo britânico.

Nós nos solidarizamos com as vítimas dos atentados, mas alertamos contra as tentativas dos meios de comunicação imperialistas que tratarão de “demonizar”, com esses fatos, o conjunto da resistência iraquiana e todos os povos árabes e muçulmanos. Chamamos os trabalhadores e povos do mundo a não cair nessa armadilha, e reiteramos nosso apoio à justa e heróica resistência do povo iraquiano e sua luta por expulsar as tropas invasoras.

Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional
www.litci.org
São Paulo, 8 de julho de 2005