CHAMADO AOS COMPANHEIROS DA JUVENTUDE DO P-SOL:
POR UM COMANDO NACIONAL PARA FORTALECER A GREVE ESTUDANTIL

A educação federal está realizando uma importante greve que se estende a cada dia. Já são dezenas de universidades e escolas técnicas federais paralisadas em um enfrentamento direto com o governo corrupto de Lula e do FMI. Além de professores e funcionários, os estudantes também começam a entrar em greve com uma pauta própria, como está acontecendo na UFSC, UFF, UnB, UFMA e UFLA.

Por outro lado, a UNE passou de malas e bagagens para a trincheira do governo federal e não está disposta a organizar a luta. Esta entidade chapa-branca está chamando para o dia 14 de outubro uma “Plenária de Públicas e Pagas”, cujo objetivo é amordaçar o movimento e colocá-lo em marcos que não questionem a Reforma Universitária, o MEC e muito menos o governo, do qual Aldo Rebelo, do PCdoB, é o representante na Câmara. Trata-se de uma clara operação para desmontar a greve nacionalmente e impedir que ela se unifique em torno a uma pauta única ou avance para outras universidades. A UNE que chama essa “Plenária de Públicas e Pagas” é a mesma UNE que tem atuado com uma política claramente fura-greve e contra as reivindicações do movimento.

Mas o movimento estudantil dá, desde a base, provas de que não aceita a traição de seus antigos representantes. Em instituições como a UnB, UFSC, UFJF, UFPE, UFRJ, UFMG, CEFET-SP, CEFET-MA, UFCE e outras, os estudantes, seja através dos DCEs, CAs, DAs ou dos Comandos de Greve, estão discutindo o chamado a uma verdadeira Plenária Nacional que tenha como objetivo a unificação das universidades em luta e a definição de um calendário nacional de greve e mobilização. Várias universidades aprovaram o indicativo do dia 12 na UFF e já preparam sua ida a Niterói.

Em nossa opinião, essa Plenária tem um papel central no fortalecimento da greve nacional da educação: a construção de um Comando Nacional de Greve e Mobilização que coordene as atividades do movimento em nível nacional e ajude a ampliar a greve estudantil para outras universidades.

Vocês são parte da UNE, tendo assumido, inclusive, um cargo em sua Diretoria Executiva após a ampliação da mesma pelo PCdoB, cuja política foi cooptar a esquerda da entidade e construir uma falsa idéia de “unidade” do movimento estudantil. Agora vocês estão chamando uma Plenária no dia 15 de outubro, logo após a atividade da UNE, na esperança de aglutinar os DCEs que lá estiverem. Achamos que isso é um grave erro. O movimento estudantil necessita de um Comando Nacional unitário para ampliar a greve e a mobilização e este comando não irá surgir da Plenária da UNE. Além disso, os DCEs em luta já estão vendo na prática como tem se comportado a UNE na greve e dificilmente participarão da farsa organizada por essa entidade.

Não há nenhum motivo para que os DCEs e CAs em que vocês atuam não se somem ao chamado da Plenária Nacional na UFF no dia 12 de outubro. P-SOL e PSTU fazem parte da diretoria do DCE da UFF e do Comando de Greve dessa universidade. Estamos atuando conjuntamente em várias outras greves e lutas por todo o país. É necessário selar essa unidade com uma Plenária Nacional que aprove um calendário de lutas e construa um Comando Nacional de Greve. A necessidade de unificar e fortalecer a greve está acima de nossas conhecidas divergências a respeito dos rumos do movimento estudantil no país. Não é possível que vocês priorizem a participação em uma atividade da UNE e não se somem aos grevistas e lutadores de todo o país que chegarão a Niterói no dia 12 de outubro.

Todos os espaços que organizem a luta são legítimos. No entanto, mais do que “ocupar espaços”, o movimento estudantil precisa ocupar as ruas, as praças e as salas de aula que a UNE abandonou. Ela parece estar mais confortável nas cadeiras acolchoadas dos conselhos e secretarias dos palácios de Brasília. É nosso dever assumir a responsabilidade que nos cabe nesse momento. Esse é o objetivo do chamado que fazemos aos companheiros.

Esperamos, sinceramente, encontrá-los em Niterói.

Saudações socialistas e revolucionárias,